Uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na última quinta-feira (21) foi marcada por um acirrado confronto entre os deputados distritais Thiago Manzoni (PL), Pastor Daniel de Castro (PP) e Chico Vigilante (PT), presidente da comissão. O embate começou durante o depoimento do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra.
O deputado Manzoni fez fortes críticas à esquerda, acusando-a de retornar à Presidência da República “com rancor, com ódio do povo brasileiro, ódio da bandeira brasileira, ódio das instituições de segurança pública, ódio da polícia”. O bolsonarista argumentou que a “extrema-esquerda” busca enfraquecer e eliminar a polícia, uma instituição que ele considera honrada. Ele falou da preocupação de que o discurso crítico em relação à polícia seja uma estratégia para futuramente pedir o fim da instituição.
Na sequência, Pastor Daniel também participou do debate, defendendo a direita e fazendo comparações entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT). Ele enfatizou que, apesar dos defeitos de Bolsonaro, ele não foi preso nem condenado em três instâncias e destacou o suposto “DNA não corrupto” da direita. “Não nos meçam com essa régua. Respeite a direita, até porque tem muitos aí que falam e vão embora, porque não aguentam embate”, afirmou.
O presidente da CPI, Chico Vigilante, expressou sua insatisfação com o tom e a natureza do debate, afirmando que não permitirá que a comissão se torne um “palco da extrema-direita”. “São pessoas que não têm argumento, não têm proposta, não querem investigar nada. Vêm aqui, faz xingamento e vão embora. Isso eu não aceito”, decretou, já irritado com os bolsonaristas.
Chico também criticou o Pastor Daniel por trazer questões como a descriminalização das drogas e do aborto para a discussão, argumentando que esses assuntos não estavam relacionados ao escopo da CPI e que era importante esclarecer a diferença entre descriminalização e legalização. “Nós não estamos produzindo videozinho para as redes sociais. Estamos em busca da verdade”, finalizou o presidente da CPI.
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