Gilmar elogia Barroso durante posse do ex-desafeto no STF e prevê “anos benfazejos”

Atualizado em 28 de setembro de 2023 às 19:42
Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (Lula Marques/Agência PT

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (28) que a posse de Luís Roberto Barroso como presidente da Corte mostra que o tribunal sobreviveu a ataques e ameaças.

“Por tudo isso que se viveu, a presente cerimônia simboliza mais que a continuidade de uma linhagem sucessória institucional, ela assume um colorido novo”, afirmou.

Gilmar defendeu a união entre os Três Poderes e destacou que “a preservação do Supremo Tribunal Federal é também a preservação da autonomia do Poder Judiciário, que, por sua vez, é traço essencial do Estado Democrático de Direito”.

“Essa Corte suportou, durante um par de anos, as ameaças de um populismo autoritário, desprovido de qualquer decoro democrático”, declarou.

O decano do STF ainda disse que houve “inúmeras tentativas de interferência no resultado das últimas eleições gerais”, assim como conspirações para prender membros do tribunal.

Segundo o ministro, os atos antidemocráticos de 8 de janeiro “ocupam o ápice desse inventário das infâmias golpistas” que ameaçaram a Corte.

Luís Roberto Barroso tomou posse nesta quinta-feira (28) como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O decano ainda destacou a atuação de Barroso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em seu mandato como presidente, de 2020 a 2022. Gilmar afirmou que o novo presidente do Supremo desempenhou com “acuidade” no combate à desinformação nos anos que antecederam as eleições do ano passado.

“Exige de todos a mesma acuidade com que Vossa Excelência conduziu na Justiça Eleitoral o combate à desinformação, especialmente a surreal discussão que se estabeleceu acerca do voto impresso”, disse Mendes. “Os despudores antidemocráticos desconheciam o fulgor republicano que emana neste plenário e que hoje se concretiza neste loco sagrado, a cadeira de presidente do Supremo Tribunal Federal”.

 “Serão benfazejos os anos futuros que aguardam este Supremo Tribunal Federal. Sempre defendi que o presidente do Supremo é um verdadeiro representante de um dos poderes da República, estando autorizado e até mesmo convocado a dar eco aos objetivos e princípios constitucionais”, disse o decano. “Com essa convicção, cabe reconhecer que as virtudes demonstradas pelo ministro no passado certamente marcarão a presidência no presente”.

A homenagem ocorre mais de 6 anos depois de uma briga protagonizada por ambos em uma sessão na Corte. Na época, Barroso afirmou que o colega era “uma pessoa horrível, com pitadas de psicopatia”.

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