O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que a empresa Uber pode sair do Brasil “se quiser” e que outros concorrentes vão ocupar o mercado deixado por ela. Ele sugeriu que os Correios poderiam criar uma alternativa “mais humana” para trabalhadores que dependem de aplicativos.
“A imprensa disse ‘e se a Uber sair do Brasil?’. Primeiro: que a Uber não vai sair do Brasil porque é o primeiro, o mercado número um da Uber é o Brasil. Segundo: se quiser sair, o problema é só da Uber, porque outros concorrentes ocuparão esse espaço como é no mercado normal”, afirmou Marinho.
A declaração ocorreu em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados nesta quarta (4). Ele diz que defende a ideia de usar a estatal na função para gerar emprego “sem a neura do lucro dos capitalistas”.
“Eu provoquei os Correios para que se estudasse, porque eu acho que deveria se estudar, e montar um aplicativo para se colocar de forma mais humana para os trabalhadores que desejarem usar o aplicativo dos Correios para poder trabalhar sem a neura do lucro dos capitalistas, que é o caso que acontece com Uber, iFood”, completou.
“Se a Uber quiser sair do Brasil, problema da Uber”, diz Ministro do Trabalho.
Em audiência na Câmara, Luiz Marinho disse que sugeriu aos Correios a criação de um aplicativo para “trabalhar sem a neura do lucro dos capitalistas, que é o que acontece com o Uber, com
o iFood”. pic.twitter.com/givmpBatLQ— Metrópoles (@Metropoles) October 4, 2023
Essa não é a primeira vez que o ministro minimiza a possibilidade de empresas de aplicativos deixarem o país em caso de regulamentação. Em março deste ano, durante reunião da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo), ele disse que debatia a regulação desse tipo de companhia para criar um “enquadramento legal” contra elas.
Na ocasião, ele afirmou: “E se a Uber e se as plataformas não gostarem do processo de formalização? Eu sinto muito. Tem uma lei vigente no Brasil e todos nós somos sujeitos a ela”. Marinho afirma que o objetivo da regulamentação é garantir proteção social e valorização dos trabalhadores, e evitar “excesso de jornada”.