A pior seca desde 1980 devido à escassez de chuvas, pode ser sentida em oito estados das regiões Norte e Nordeste. Os estados afetados são Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, Bahia e Sergipe, de acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao governo federal.
Essa falta severa de chuvas tem agravado a situação dos rios na região, causando seca persistente e impactos na vida das comunidades locais, incluindo a escassez de alimentos e água, assim como prejuízos à navegação, principal meio transporte em as cidades que ficam na floresta amazônica. Segundo as entidades especializadas em meteorologia, o cenário é atribuído ao El Niño atípico e ao aquecimento global.
No infográfico abaixo, produzido pelo G1 com informações Cemadem, as áreas em marrom nos estados mencionados indicam regiões que já enfrentam a pior seca da sua história. As partes em vermelho estão na segunda maior estiagem, enquanto as áreas em amarelo enfrentam a terceira pior estiagem.
A falta de chuvas tem afetado rios estratégicos na região, incluindo o Negro e o Solimões, que são formadores do rio Amazonas. Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram a diminuição acelerada do nível desses rios, o que preocupa especialistas.
Especialistas destacam que a velocidade com que os rios estão diminuindo de nível é alarmante e pode ter impactos que vão desde problemas na agricultura até o desabastecimento da região e impactos na geração de energia.
“O que chama a atenção é a velocidade com que os rios estão diminuindo de nível. Nos períodos secos, eles diminuem de forma lenta. Essa redução brusca nos deixa preocupados com os impactos, que vão de problemas na agricultura a até o desabastecimento da região e impacto na geração de energia”, explicou Márcio Moraes, especialista do Cemadem. Ele também integra a sala de crise da Região Norte.
A combinação de dois fatores, o El Niño (aquecimento do oceano Pacífico) e a distribuição de calor do oceano Atlântico Norte, tem inibido a formação de nuvens e chuvas, contribuindo para a seca recorde. O período de seca, que normalmente terminaria em novembro, deve se estender até janeiro, aumentando os impactos da estiagem.
Acabei de fazer esses registros. “Não sobrará água”. O rio Solimões virou um igarapé. A seca tá foda esse ano, o norte como sempre se lascando, com escassez hídrica, falta de abastecimento de produtos na cidade, e o que é televisionado: o sofrimento do sudestino com calor. pic.twitter.com/RGC06two0y
— A MARGEM ??♀️ (@margemdorio) September 25, 2023
Os impactos dessa seca histórica têm sido significativos, incluindo deslizamentos de terra e desligamento de linhas de transmissão de energia elétrica. A situação é motivo de preocupação e requer medidas urgentes para mitigar seus efeitos nas comunidades afetadas. Trechos de rios importantes, como o Negro e o Solimões, formadores do rio Amazonas, também estão sendo afetados.