Ricardo Pereira Feitosa, chefe da inteligência da Receita Federal no início da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi demitido do cargo de auditor fiscal nesta quinta (5). Em portaria, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que ele se valeu do cargo “para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública”.
Em 2019, Feitosa acessou e copiou dados fiscais sigilosos de desafetos de Bolsonaro. Na ocasião, ele era chefe da inteligência da Receita e teve coo alvos o então procurador-geral de Justiça do Rio Eduardo Gussem, coordenador das investigações sobre as “rachadinhas”; e dois políticos rompidos com a família: o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno.
Ele esteve no Palácio do Planalto na véspera do acesso aos dados e retornou ao local após a conclusão do trabalho, indo diretamente ao gabinete de Augusto Heleno então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A Polícia Federal abriu uma investigação após a revelação do caso e a Receita instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que recomendou ad emissão de Feitosa do posto. A decisão final após a recomendação do órgão cabia ao ministro da Fazenda.
Os dados foram acessados em três sistemas sigilosos da Receita. Ele trabalhava no escritório do órgão em Cuiabá antes de assumir o posto de chefe nacional da inteligência do órgão em maio de 2019.
Pela lei, com a demissão do posto, ele não poderá ocupar cargo público federal pelo prazo de cinco anos. Feitosa e sua defesa não se manifestaram sobre a demissão, mas eles negaram a devassa ilegal nos dados fiscais de desafetos de Bolsonaro anteriormente.