A ativista iraniana Narges Mohammadi venceu o Prêmio Nobel da Paz 2023, anunciado nesta sexta-feira (6). Atualmente, Mohammadi se encontra presa e enfrenta uma sentença total de mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas.
A sua luta é destacada como uma defesa histórica dos direitos das mulheres no Irã, um país onde a opressão do regime atual é objeto de crítica, especialmente após o caso de Mahsa Amini, uma jovem detida por “uso incorreto” do véu islâmico obrigatório no país, cuja morte desencadeou uma onda de protestos.
Mohammadi, de 51 anos, não é uma defensora de agora. Há mais de uma década, ela é uma das principais vozes em prol dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã. Durante esse período, ela já foi presa seis vezes.
Mesmo atrás das grades, a ativista assumiu o papel de vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã, uma ONG liderada por Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.
O Prêmio Nobel da Paz concedido a Mohammadi este ano também é um reconhecimento à luta das mulheres em todo o mundo, conforme declarou a presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
Narges Mohammadi se torna a 19ª mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz, que tem uma história de 122 anos. A última mulher a ser premiada foi a jornalista filipina Maria Ressa, em 2021.
Após o anúncio, o marido de Mohammadi afirmou que este prêmio fortalecerá ainda mais a luta de sua esposa pelos direitos humanos, destacando que se trata de um reconhecimento ao movimento em favor das mulheres, da vida e da liberdade.
Até o momento, o governo do Irã ainda não se pronunciou sobre a premiação de Narges. O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, será entregue em Oslo, em 10 de dezembro, data que marca o aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, fundador do prêmio.
Antes do anúncio, o nome de Narges Mohammadi estava entre os favoritos nas casas de apostas, juntamente com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o opositor russo Alexei Navalny.
No entanto, especialistas apontavam como improvável a seleção desses dois candidatos, devido aos laureados do ano anterior, que incluíram ativistas de Belarus e organizações de direitos humanos da Rússia e Ucrânia.
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