Caso da morte dos médicos no Rio foi “resolvido” pela milícia, e não pela polícia

Atualizado em 6 de outubro de 2023 às 22:59
Médicos tiraram foto instantes antes de serem mortos: Marcos de Andrade Corsato, Daniel Sonnewend Proença, Diego Ralf de Souza Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ainda não elucidou os mandantes do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco em mais de cinco anos, disse ter resolvido o caso da morte de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca em menos de doze horas.

Segundo a versão oficial, traficantes teriam assassinado os médicos por engano, confundindo um deles com um miliciano que havia matado o traficante Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, em 16 de setembro. Horas depois, os corpos dos supostos executores foram encontrados, eliminados pelo Comando Vermelho, preocupado com a repercussão do caso.

Cláudio Castro, governador do Rio e bolsonarista, elogiou o que chamou de “trabalho exemplar” da Polícia Civil.

Na verdade, a milícia matou, investigou, acusou, processou e executou os “culpados”. Depois chamou a polícia para assumir a “apuração.

Kiko Nogueira, editor-chefe do DCM, destacou que a imprensa “comprou” integralmente a versão durante a edição desta sexta-feira do DCM ao Meio-Dia, sem qualquer dado adicional, destacando que sequer o dono do quiosque no qual ocorreram as execuções foi entrevistado.

A “inteligência” da polícia do RJ é, na verdade, a milícia.

A disposição imediata do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP), em enviar seus policiais para colaborar com as investigações e a rapidez na resolução do caso refletem o medo de ambas as autoridades de federalizar o caso, retirando-o da tutela do bolsonarismo.

O caso Marielle segue sem solução há anos. O massacre dos médicos foi solucionado em horas. Acredita quem quiser.

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