Segundo a Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, o conflito em curso entre Israel e o grupo palestino Hamas já produziu evidências de possíveis crimes de guerra. A comissão está coletando e preservando provas de eventuais infrações de ambos os lados do conflito e pretende compartilhá-las com o Tribunal Penal Internacional da Organização Mundial da Saúde.

Em comunicado, a Comissão repudiou e expressou profunda preocupação com o ataque de Israel e com o cerco completo a Gaza, que envolve a retenção de água, alimentos, eletricidade e combustível, o que, segundo eles, custará vidas civis e constitui punição coletiva. Ao anunciar a ação, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, se referiu aos palestinos como “animais”.

Segundo a instituição, os relatos de que grupos armados em Gaza executaram centenas de civis desarmados são abomináveis, e tais ações não podem ser toleradas. Além disso, tomar civis como reféns e usá-los como escudos humanos também é considerado crime de guerra.

“Já existem evidências claras de que crimes de guerra podem ter sido cometidos na última explosão de violência em Israel e Gaza, e todos aqueles que violaram o direito internacional e atacaram civis devem ser responsabilizados por seus crimes”, afirmou a comissão em comunicado publicado nesta terça.

O comitê também afirmou que o único caminho para acabar com a violência de forma duradoura na região é abordar as causas fundamentais do conflito, incluindo o fim da ocupação ilegal do território palestino e o reconhecimento do direito do povo palestino à autodeterminação.

A região do Oriente Médio vive uma escalada de violência desde o último sábado (7), quando combatentes do grupo Hamas se infiltraram no território israelense. O ataque resultou em mais de 900 mortos em Israel, em sua maioria civis.

Em resposta, Israel tem realizado ataques diários contra alvos em Gaza, com uma estimativa de número ainda maior de vítimas, incluindo civis. A decisão de Israel de impor um “cerco total” à Faixa de Gaza levantou preocupações quanto a uma possível “punição coletiva” que pode afetar a população inocente da região, incluindo instalações médicas.

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