O general da reserva Mauro Lourena Cid optou por uma vida discreta depois que seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF).

Desde a homologação da delação de Cid pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e sua subsequente liberação da prisão, o general interrompeu a comunicação com interlocutores do ex-mandatário e uma parte dos militares com quem mantinha contato regular.

Lourena Cid mudou seu número de celular há algumas semanas, e nem mesmo amigos próximos que faziam parte do círculo militar do governo Bolsonaro receberam seu novo contato. Até a mãe de Cid também alterou seu número. As informações foram divulgadas pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.

O último contato que o general teve com ex-membros da ala militar do governo Bolsonaro ocorreu em setembro, após a divulgação da delação de seu filho. Lourena Cid assegurou a alguns ex-ministros que eles não haviam sido excluídos por seu filho.

O general já havia adotado uma postura mais reclusa, especialmente após o militar passar a ser alvo de buscas realizadas pela PF e ser investigado junto com o filho em um possível esquema de venda de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras.

Antes desse episódio, o general era a peça central na defesa de seu filho, sendo o responsável por contratar advogados e buscar apoio, inclusive entre membros das Forças Armadas, para transmitir mensagens ao ministro Alexandre de Moraes.

Vale destacar que Mauro Cesar Lourena Cid foi colega de Bolsonaro nas turmas de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sudoeste do Rio, nos anos 1970.