Rogério Chequer, o líder do movimento Vem pra Rua, foi a estrela da reunião do fórum do Lide, Grupo de Líderes Empresariais, obra do velho tucano João Doria Jr.
Em Comandatuba, na Bahia, Chequer desfilou ao lado de convidados como Eduardo Cunha e Fernando Henrique Cardoso. Do governo, havia Henrique Eduardo Alves, ministro do turismo. Doria, em seu golpismo gumex, chamou os petistas de “fujões” e transformou o impeachment em tema do encontro. “Convidei 13 senadores e 15 deputados do PT e ninguém apareceu. O PT fugiu do debate. Nossa repulsa a eles”, falou.
O seminário foi encerrado com um discurso de Chequer. “O Brasil está cansado de assistir a pizzas entrando e saindo do forno, sem que ninguém faça nada, e agora a sociedade civil começou a se mobilizar”, disse.
Cobrou dos empresários que manifestem seu descontentamento e reclamou de o Congresso não ter aberto uma CPI do BNDES. As ruas “fizeram o impossível”, declarou, instando Cunha a levar a chama do impedimento adiante.
Mas um momento foi particularmente revelador de Chequer (chamado de “Chequer Sem Fundos” por seu guru Olavo de Carvalho). De acordo com o Painel, da Folha, um empresário quis uma foto com Rogério e um deputado. A resposta do inventor do Vem Pra Rua: “Não tiro foto com político”.
Como assim? É uma frase de efeito idiota e mentirosa. FHC, Aécio, Serra — toda a cúpula do PSDB tirou foto com Rogério Chequer em protestos e, eventualmente, fora deles.
Agora, além disso, reflete a demagogia rastaquera do homem e seu reflexo sobre as pessoas que atendem seus apelos nas manifestações. Os professores Pablo Ortellado, do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, e Esther Solano, professora de relações internacionais da Unifesp, resumiram essa gente convocada pelo Vem Pra Rua numa pesquisa sobre os frequentadores do 12 de abril: “Baixa confiança nos partidos; baixa confiança na imprensa: pilares da democracia liberal colocados em xeque”.
O golden boy de Doria tem seguidores que acreditam que o PT quer implantar o comunismo, que Lulinha é dono da Friboi, que o Foro de São Paulo manda no país, que o Bolsa Família financia preguiçosos etc.
É esse o bando de Chequer, a virgem no lupanar de Doria, se colocando acima dos políticos com um papo furado que encanta antidemocratas como ele.