TSE não ouve general que testemunhou uso político do 7 de setembro por Bolsonaro

Atualizado em 24 de outubro de 2023 às 19:56
Jair Bolsonaro (PL) durante discurso na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 2022. Foto: Reprodução

O depoimento do general André Luiz Novaes é o que falta para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por usar o Bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro do ano passado (2022), para fins políticos. Com informações do colunista Marcelo Godoy, do Estadão.

O Comandante Militar do Leste foi o responsável por presidir o palanque montado pela primeira vez na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Dias antes da comemoração da Independência do Brasil, o general cancelou o tradicional desfile na Avenida Presidente Vargas por exigência de Bolsonaro.

O então presidente determinou que o evento cívico-militar do ano do Bicentenário da Independência ocorresse na orla marítima, onde planejava reunir seus apoiadores em um grande comício.

Caso os responsáveis pelas ações contra o ex-mandatário no TSE quisessem apresentar uma única testemunha para provar a intenção de Bolsonaro de usar a data de 7 de setembro para fins eleitorais, bastava convocar o general Novaes.

Na ocasião, apenas duas bandas marciais se apresentaram diante de um palanque improvisado com a Marinha, na Avenida Atlântica. O palanque foi invadido às 15h15 por Bolsonaro e seus apoiadores.

O general André Luis Novaes Miranda, comandante militar do Leste Foto: Reprodução

A pressa de Bolsonaro para ir ao Rio de Janeiro era tanta que ele nem esperou no palanque oficial a tradicional apresentação de término do desfile do então comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), general Gustavo Henrique Dutra.

Dutra foi avisado pelo rádio, após a passagem dos últimos cavalos do Regimento de Cavalaria de Guardas, que Bolsonaro havia descido do palanque para se dirigir às pressas ao carro de som de seu comício enquanto a tropa se retirava na outra direção, para o setor Militar Urbano.

Enquanto em Brasília apenas o encerramento do desfile foi alterado devido à ânsia eleitoral de Bolsonaro, no Rio tudo foi moldado em função do comício. O desfile Naval foi mantido pelo almirante Almir Garnier, na orla de Copacabana.

O general Novaes ficou constrangido no palanque. Estava horrorizado com o que fizeram da festa cívica. Surpreendentemente, seu nome não consta das ações de investigação judicial eleitoral do PDT e da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Se estivesse presente, o general poderia esclarecer por que o Rio ficou sem desfile, expondo o comportamento de Bolsonaro.

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