Dino refuta ideia de federalização da Segurança Pública: “não é nosso foco”

Atualizado em 25 de outubro de 2023 às 11:54
O ministro da Justiça, Flávio Dino. (Foto: Reprodução)

Após a onda de violência e incêndios criminosos no Rio de Janeiro desde a última segunda-feira (23), diversos questionamentos sobre a possibilidade da federalização da Segurança Pública foram feitos por especialistas.

O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, posicionou-se a respeito desses questionamentos afirmando que mudar a atual Política Nacional de Segurança Pública não é o foco prioritário da pasta no momento.

“Informo, mais uma vez, que existe uma Política Nacional de Segurança Pública, aprovada por lei, e que está sendo executada todos os dias com ações. Aprecio muito todos os novos documentos que possam ser entregues e agradeço, mas realmente não é nosso foco prioritário, no momento”, escreveu Dino na manhã desta quarta-feira (25), em seu perfil no X, antigo Twitter.

Em outra postagem, realizada também na manhã desta quarta, Dino reforçou seu posicionamento, destacando os pontos que defende ao discordar da “federalização” da Segurança Pública no Brasil.

“Há quem defenda a ‘federalização’ da Segurança Pública no Brasil. Respeito, mas discordo, pelos seguintes motivos”, escreveu.

Um dos pontos defendidos pelo ministro faz referência ao tamanho da população brasileira, cerca de 200 milhões, e pelo fato de que, segundo Dino, o modelo de coordenação federativa, praticado pela pasta há mais de 10 meses, “é o caminho certo”.

“Em um país continental, com 200 milhões de habitantes, o modelo que praticamos há 10 meses, de coordenação federativa com o conceito do SUSP, é o caminho certo”, afirmou.

O atual ministro da Justiça também disse que não vê motivo para “mexer” no artigo 144 da Constituição Federal, que prevê que a segurança pública deve ser dever do Estado e que a mesma deve ser gerida pelos órgãos instituídos pela União e pelos Estados.

“Não vejo motivo para mexer no artigo 144 da Constituição e suprimir poderes e competências dos Estados. Lembro que a Constituição determina a forma federativa de Estado, como cláusula pétrea”, escreveu.

Dino, por fim, disse que considera ser “equivocada” a ação de “ignorar os governadores e as polícias estaduais que trabalham muito para garantir a Segurança Pública em um país desigual e complexo”.

“Considero ser equivocado ignorar que os governadores e as polícias estaduais – em sua imensa maioria – trabalham muito para garantir Segurança Pública em um país desigual e complexo”, concluiu.

Caos no Rio

Na última segunda-feira (23), a Zona Oeste do Rio foi alvo de ataques incendiários que assolaram a população da região.

Diversos ônibus e um trem foram destruídos nos ataques. Os veículos afetados incluíram coletivos municipais, ônibus de trânsito rápido (BRT) e veículos de turismo e fretamento, levando ao bloqueio de diversas vias em diversos bairros da área, impactando diretamente mais de um milhão de moradores.

Os episódios desencadearam cenas de pânico, com passageiros forçados a abandonar precipitadamente os ônibus antes que estes fossem consumidos pelas chamas.

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