Na sexta-feira (27), a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução de caráter recomendatório visando estabelecer uma trégua humanitária imediata em Gaza. O texto, aprovado por 120 votos favoráveis, 14 contrários e 45 abstenções, é uma tentativa diplomática de pôr fim ao conflito que assola a região desde o seu início.
No entanto, o governo de Israel afirmou que não acatará a resolução. Em uma publicação no X (antigo Twitter), o ministro da Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse que o país não irá promover um cessar-fogo e classificou a resolução da ONU como “desprezível”.
“Rejeitamos abertamente o apelo desprezível da Assembleia Geral da ONU a um cessar-fogo. Israel pretende eliminar o Hamas tal como o mundo lidou com os nazistas e o Isis [Estado Islâmico]”, declarou.
Segundo a resolução, as principais demandas incluem:
- Trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada para interromper as hostilidades;
- Cumprimento das obrigações de acordo com o direito internacional, especialmente no que se refere à proteção de civis e ao acesso humanitário aos suprimentos e serviços essenciais em Gaza;
- Fornecimento contínuo e ininterrupto de bens e serviços essenciais, incluindo água, alimentos, medicamentos e combustível;
- Acesso seguro e imediato para agentes de organizações humanitárias que operam na região, incentivando a criação de corredores humanitários para facilitar a prestação de ajuda a civis;
- Revogação da ordem de desocupação de determinadas regiões de Gaza, além de garantir a segurança e circulação de civis;
- Rejeição de qualquer transferência forçada da população civil palestina;
- Liberação imediata e incondicional de reféns, assegurando sua segurança e tratamento humanitário segundo o direito internacional;
- Respeito e proteção de instalações civis e humanitárias, bem como de seus funcionários, transporte e equipamentos, conforme o direito humanitário internacional;
- Reconhecimento do impacto devastador que os conflitos armados têm sobre grupos vulneráveis, como mulheres e crianças;
- Criação de mecanismos de notificação e proteção para instalações das Nações Unidas e outras organizações humanitárias, garantindo o fluxo contínuo de ajuda humanitária;
- Apelo para evitar a desestabilização e escalada da violência na região, incentivando todas as partes e atores envolvidos a trabalharem para esse fim;
- Reafirmação da importância de uma solução justa, duradoura e pacífica para o conflito, segundo o direito internacional e baseada na solução de dois Estados.