No último sábado (28), a juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal de São Paulo, proferiu uma sentença condenatória contra o vereador bolsonarista Adilson Amadeu (União Brasil). Ele foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial aberto por crime de racismo. Além disso, a magistrada determinou que o vereador perca sua função pública. Amadeu tem o direito de recorrer da decisão.
De acordo com a sentença, o vereador enviou mensagens de áudio pelo WhatsApp em que proferiu palavras preconceituosas contra a comunidade judaica e divulgou essas mensagens em grupos. Um trecho do áudio foi citado na decisão, no qual o vereador fez comentários discriminatórios.
Na tentativa de se defender, os advogados do vereador argumentaram que ele compartilhou o áudio apenas com amigos de infância e que seu alvo não eram os judeus, mas sim a Administração Pública Municipal e Estadual, especialmente durante a pandemia. Além disso, informaram que ele enviou um pedido de desculpas à Federação Israelita de São Paulo em abril de 2022.
A condenação se baseou no Artigo 20 da Lei Federal nº 7.716/89, que aborda a prática, indução ou incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo pena de reclusão de um a três anos e multa. O advogado Daniel Bialski expressou satisfação com a decisão, destacando que a Confederação Israelita do Brasil (Conib) continuará monitorando qualquer manifestação, postagem ou discurso antissemita.
Vale ressaltar que esse não é o primeiro caso envolvendo o vereador Adilson Amadeu em ações judiciais relacionadas a ofensas antissemitas. No ano passado, ele foi condenado por injúria racial após proferir ataques antissemitas contra o também vereador Daniel Annenberg (PSDB) durante uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo, chamando-o de “judeu filho da puta” e “judeu bosta”.
Na época, ele foi condenado a um ano e quatro meses de prisão, que foi convertido em trabalhos comunitários pelo mesmo período, além de multa e indenização por danos morais. Posteriormente, ele pediu desculpas à comunidade judaica.