A tensão entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza atingiu um novo patamar nesta segunda-feira (30), com Tel Aviv executando o maior bombardeio em 24 dias de confronto, mesmo após resolução da ONU que pede um cessar-fogo na região e criação de corredores humanitários para o atendimento de civis. Tanques e blindados israelenses já estão em operação na periferia da capital da região, com relatos de combates intensos.
Segundo o porta-voz militar Daniel Hagari, caças israelenses atingiram 600 alvos desde domingo (29), resultando na morte de dezenas de, segundo eles, terroristas, incluindo cerca de 20 integrantes do Hamas atingidos por artilharia. Vídeos divulgados mostram tanques Merkava em ação ao lado de grandes escavadeiras.
A operação terrestre, que levantou debates entre Israel e os Estados Unidos, seu principal aliado, parece ter ganhado força desde a última sexta-feira (27), segundo a Folha de S.Paulo. A preocupação com a segurança de 239 reféns em posse do Hamas e com a possível repercussão política da morte de civis em Gaza pesou nas considerações sobre o início da ação.
Enquanto isso, a ajuda humanitária para os 2,3 milhões de moradores de Gaza continua a enfrentar desafios, com os bombardeios constantes prejudicando a entrada de suprimentos pela fronteira egípcia em Rafah. Residentes relatam noites terríveis e interrupção parcial da comunicação devido aos ataques israelenses.
A situação se agravou especialmente na zona de exclusão no norte da Faixa de Gaza, onde a ONU estima que 117 mil pessoas estão refugiadas junto a pacientes e médicos em hospitais ainda operacionais.
Enquanto as forças israelenses mantêm prontidão na fronteira norte do país, confrontos com o Hezbollah, grupo libanês aliado do Hamas, foram registrados no sul do Líbano no domingo. Os Estados Unidos também aumentaram sua presença na região, com a chegada do segundo grupo de porta-aviões de propulsão nuclear liderado pelo USS Dwight Eisenhower.
O temor de uma escalada regional persiste, apesar dos esforços para manter o controle da situação. O Irã, principal apoiador do Hamas e do Hezbollah, permanece ativo indiretamente por meio de seus aliados.
Os impactos do conflito já são sentidos dentro de Israel, com operações militares e incidentes violentos relatados em várias regiões. Enquanto isso, a crise reverbera internacionalmente, com protestos na Europa e nos Estados Unidos, e até mesmo incidentes preocupantes, como o recente ataque a um aeroporto no sul da Rússia por uma multidão muçulmana em busca de passageiros judeus de um voo vindo de Tel Aviv.