Executores de Antônia Araújo de Sousa usaram uma fazenda do ex-senador Telmário Mota para treinar disparos de arma de fogo, segundo a Polícia Civil de Roraima. Eles praticaram tiro ao alvo na fazenda do bolsonarista antes de cometer o crime.
“Identificamos muitos elementos e informações que indicam que houve planejamento da execução. O nome da operação se refere a um local onde houve não só planejamento e reunião do grupo, como também um treinamento antes da execução”, diz a corporação.
A fazenda Caçada Real, que pertence ao bolsonarista, também foi o local usado para reuniões prévias antes do crime. O nome da propriedade também serviu como referência para o nome da operação da polícia que o prendeu.
Telmário foi na noite desta segunda (30), por suspeita de ser o mandante do crime. Antônia era mãe de uma filha do ex-senador e foi morta com um tiro na cabeça. Ela também era “testemunha-chave” em um processo contra o bolsonarista, acusado de estupro pela própria filha.
Antônia foi assassinada no dia 29 de setembro, na zona oeste de Boa Vista, por dois homens em uma moto. Três dias depois ela prestaria depoimento no processo de estupro contra o ex-senador.
A vítima foi abordada quando saía de casa para trabalhar: um dos criminosos perguntou seu nome e, após confirmar sua identidade, efetuou os disparos. Uma assessora do ex-senador foi visto indo entregar a moto aos assassinos antes do crime e investigadores também descobriram que o veículo foi comprado por seu sobrinho.
Telmário estava foragido, escondido na casa de uma conhecida desde o último dia 26. Leandro Luz da Conceição, apontado como autor do disparo, também foi preso. Duas pessoas envolvidas no crime ainda estão foragidas, uma delas é o sobrinho do ex-senador, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”, que teria sido o responsável pela logística do assassinato.