A Terceira Guerra Mundial já começou, diz diretor de principal think tank russo

Atualizado em 2 de novembro de 2023 às 12:19
Soldados ucranianos disparam contra fortificações russas dentro da cidade de Kreminna, Ucrânia. (Foto: Reprodução)

Fyodor Lukyanov, diretor de pesquisa do Clube Valdai de Discussões Internacionais, alerta que a Terceira Guerra Mundial já está em andamento. Para ele, o ressurgimento de antigas rivalidades e a falta de meios internacionais para resolver conflitos são indicativos da atual desordem mundial, que promete mais confrontos no futuro. As informações são do Sputnik Brasil.

Segundo Lukyanov, a escalada de tensões no Oriente Médio, o impasse entre Ucrânia e Rússia, e os conflitos em Nagorno-Karabakh são exemplos dos confrontos que compõem essa nova guerra global.

O especialista ressalta que esses conflitos diferem substancialmente das duas guerras mundiais do século XX, principalmente devido à presença de armas nucleares que atuam como forças dissuasivas.

Palestinos buscam por sobreviventes nos escombros de prédio na Faixa de Gaza; guerra entre Israel e Hamas não tem fim previsto. (Foto: Bashar Taleb/AFP)

“Esperamos instintivamente que a guerra comece tal como a Grande Guerra ou a Segunda Guerra Mundial. Mas essas guerras provavelmente não acontecerão mais — afinal, existem armas nucleares, que ainda dissuadem muitos atores”, disse.

Lukyanov também prevê que a escalada no Oriente Médio não será a última, dado o fracasso das organizações internacionais em conter o ressurgimento de antigos conflitos regionais. Ele destaca que a ordem internacional está entrando em colapso e que, embora imperfeita, era administrável, baseada no medo da destruição mútua.

“A ordem internacional está em colapso. Era uma ordem desagradável, baseada no medo da destruição mútua, mas administrável”, afirmou.

Ele observa que, no passado, os EUA e a URSS intervieram nos conflitos no Oriente Médio para extinguir as hostilidades. No entanto, atualmente, Lukyanov não enxerga nenhum mecanismo capaz de criar acordos temporários e apaziguar os conflitos na região.

“As guerras no Oriente Médio já eclodiram antes, mas a URSS e os EUA intervieram e extinguiram-nas até o próximo conflito. Agora não vejo nenhum um mecanismo capaz de criar um acordo temporário”, concluiu.

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