Comandante militar da Ucrânia admite fracasso de ofensiva contra a Rússia

Atualizado em 2 de novembro de 2023 às 20:01
Soldado ucraniano lança drone de reconhecimento em Kharkiv. Foto: Alina Smutko/Reuters

O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Valeri Zalujni, afirmou que a contraofensiva de seu país contra as forças de ocupação da Rússia em seu território foi um fracasso. A ação foi lançada no dia 4 de junho.

“Assim como na Primeira Mundial, chegamos a um ponto em que a tecnologia nos colocou em um impasse. Provavelmente não haverá nenhum avanço profundo”, afirmou à revista britânica The Economist. A declaração ocorre cinco meses após a ofensiva ser lançada.

A avaliação do general já era assunto entre militares há meses. As forças armadas ucranianas acreditam que as linhas de defesa da Rússia nos principais focos de ação, ao sul e ao leste do país, eram muito mais forte do que acreditavam.

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) forneceu diversos sistemas e armamentos para a Ucrânia, como tanques Leopard-2, mas Zalujni acredita que houve dificuldade de adaptação tática ao uso dos equipamentos enviados.

O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Valeri Zalujni. Foto: Reprodução

O general ainda avalia que a operação foi pretensiosa, já que tinha como objetivo cortar a ligação terrestre das forças que a Rússia estabeleceu entre seu território e a Crimeia. “Se você olhar os manuais da Otan e a matemática que fizemos, quatro meses deveriam ser tempo suficiente para nós termos alcançado a Crimeia, lutado na Crimeia, retornado da Crimeia e ter ido e voltado de novo”, prosseguiu.

Para Zalujni, a guerra caminha para uma fase de atrito que favorece a Rússia e acredita que o exército do país adaptou suas táticas militares rapidamente às tecnologias fornecidas por países ocidentais. O general também diz que o país rival tem vantagem no conflito por ter um país três vezes mais populoso.

“Esse foi um erro meu. A Rússia perdeu ao menos 150 mil soldados mortos. Em qualquer outro país, tais baixas teriam parado a guerra. Vamos ser honestos: é um Estado feudal no qual o recurso mais barato é a vida humana”, avalia.

O militar acredita que a Rússia deve prosseguir com superioridade em armas e munição. Ele também prevê que o país rival deve bombardear o sistema energético ucraniano no inverno.

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