PF recupera 30 mil monitoramentos ilegais apagados da Abin sob Bolsonaro

Atualizado em 4 de novembro de 2023 às 15:20
Fachada da Abin. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) recuperou aproximadamente 30 mil monitoramentos ilegais feitos por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro com um software espião que rastreava a localização do celular dos alvos. Os alvos eram políticos, jornalistas e advogados.

De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a equipe de peritos da polícia está dedicada a identificar de quem era os telefones que estavam sob vigilância. A PF estima que a tabulação e organização desse trabalho levará cerca de 30 dias para ser concluído.

A operação conduzida pela PF em 20 de outubro resultou na prisão e exoneração de dois servidores da Abin e na destituição do terceiro no ranking do órgão. N época, apenas 1,8 mil registros de monitoramento estavam intactos.

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin na gestão do ex-presidente. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

No entanto, mesmo com o número baixo de registros encontrados, a PF conseguiu descobrir como a Abin atuou durante o governo Bolsonaro com a ferramenta de monitoramento. O órgão acredita que isso tenha acontecido entre 2019 e maio de 2021, e o restante dos registros tenha sido apagado quando as investigações foram iniciadas.

Além disso, a Polícia Federal investiga quem teve acesso aos monitoramentos, quem os fez, quem mandou que fossem produzidos e que ações concretas os responsáveis pelo rastreamento fizeram a partir dos dados colhidos —como a produção de dossiês dos monitorados.

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