O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (7) que a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro e em São Paulo visa “definitivamente tirar o poder do crime organizado”. A operação, anunciada na semana passada, tem validade até 3 de maio de 2024.
“Estamos combinados com os governadores, estamos combinados com a PF, Marinha, Aeronáutica, Exército, com a Força Nacional, com a PRF, vamos definitivamente tirar o poder da organização chamada crime organizado. Isso foi anunciado na semana passada, já está em funcionamento”, disse o atual chefe de Estado brasileiro durante o último episódio do podcast semanal “Conversa com o Presidente”.
Lula, que anteriormente havia negado a necessidade da GLO em seu governo, detalhou que as Forças Armadas atuarão nos portos e aeroportos em colaboração com a Polícia Federal (PF). O Exército e a Aeronáutica ampliarão sua presença nas fronteiras, em cooperação com a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), especialmente no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, destacou a importância dessas áreas na logística das facções criminosas que atuam no Rio e em São Paulo, considerando que Paraná e Mato Grosso do Sul fazem fronteira com o Paraguai, uma possível rota para armas de grande calibre e drogas.
No total, a operação envolverá 3.700 militares das Forças Armadas, divididos da seguinte forma:
– Exército: 2.000 homens;
– Marinha: 1.100 homens;
– Aeronáutica: 600 homens.
O que é GLO:
A GLO é uma medida excepcional, acionada por ordem da Presidência da República, em situações graves de perturbação da ordem quando as forças de segurança tradicionais, como a Polícia Militar e a Polícia Civil, esgotam suas capacidades.
Ela concede temporariamente aos militares poder de polícia até que a normalidade seja restabelecida. As Forças Armadas atuam em operações de GLO desde a década de 1990, participando de eventos como a ECO-92, a Rio + 20, a Copa das Confederações, a visita do Papa Francisco a Aparecida (SP), a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. No Rio, a última operação ocorreu entre 2017 e 2018 durante a intervenção federal na segurança.
Outros assuntos abordados por Lula
Durante a live, Lula também abordou o programa Minha Casa, Minha Vida, relembrando a necessidade de ampliar a iniciativa para incluir famílias de classe média, com uma renda estendida até R$ 12 mil. O presidente afirmou que a discussão está em andamento no Ministério das Cidades, envolvendo conversas com a Caixa e a Casa Civil.
“Em 2009, quando a gente decidiu fgazer o Minha Casa, Minha Vida, a primeira coisa que eu fiz foi chamar um grupo de empresários e perguntar para eles quantas casas eles estavam preparados para fazer se a gente preparasse um grande plano de construção de casa popular. Os empresários me disseram: 200 mil casas. Eu falei, ‘200 mil casas não é um grande plano, eu preciso de um grande plano habitacional'”, afirmou.
“Fui falar com Guido Mantega. ‘Eu acho que dá para a gente financiar 500 mil casas’. Eu falei que 500 mil casas não era um grande plano e que eu precisava de mais casa. Conclusão, começamos o Minha Casa, Minha Vida, em 2009, começamos a cadastrar em 2010 e em dezembro de 2010 eu fui a Salvador anunciar 1 milhão de casas cadastradas”.