O ex-presidente Jair Bolsonaro escalou dois senadores para tentar barrar a Reforma Tributária, que será votada em primeiro turno no plenário do Senado Federal nesta quarta (8). Ele determinou que Carlos Portinho (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN) conversem com bolsonaristas de outros partidos para recomendar votos contra o texto. A informação é do jornal O Globo.
Nos bastidores, Bolsonaro tem chamado a reforma de “extorsiva”, pela tributação, e “comunista”, por ser do interesse de parlamentares governistas. O ex-presidente quer tentar reverter o placar da reforma na Câmara: em junho, o PL deu 20 votos a favor e 75 contra o texto.
Na ocasião, o partido teve uma série de brigas internas causadas pela divergência e a articulação promovida pelo ex-presidente não funcionou. Bolsonaristas têm dito que na Senado a situação é diferente, já que o PL não liberou seus parlamentares a votarem como querem.
Além do posicionamento do PL para o voto de seus senadores, os membros da sigla tentarão fazer com que parlamentares de outras siglas também troquem seus votos. O senador Magno Malta, que não participou do jantar do ex-presidente com parlamentares, confirmou que o encontro ocorreu e disse que votaria contra a reforma “mesmo se Bolsonaro pedisse para votar a favor”.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o texto recebeu votos favoráveis de 20 senadores e seis contrários, entre eles Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os ex-ministros Sergio Moro (União-PR) e Rogério Marinho (PL-RN).
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) tem que ser aprovada por 49 dos 81 senadores em dois turnos. O texto foi modificado e terá que passar por uma nova análise da Câmara dos Deputados antes de ser promulgada. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que o texto seja dividido para que o processo seja finalizado ainda neste ano.