Nesta quinta-feira (9), o ministro da Justiça, Flávio Dino, reiterou a importância do respeito à soberania brasileira em meio a insinuações levantadas pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, sobre possíveis planos do grupo libanês Hezbollah de executar ataques terroristas no território nacional.
“Todo e qualquer país que é fonte de informações deve respeitar a soberania brasileira. Ninguém que coopera conosco pode pretender substituir as instituições brasileiras”, disse Dino em entrevista no Palácio do Planalto.
Segundo Zonshine, o Hezbollah estaria mirando entidades judaicas e sinagogas no Brasil, principalmente na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, onde o grupo extremista tem demonstrado influência. O embaixador afirmou que a presença de fugitivos do Oriente Médio e de indivíduos que financiam as atividades do Hezbollah nessa região eleva o potencial de ameaças.
E na resposta de Dino, o ministro explicou que fez “questão de deixar claro que a Polícia Federal não tem lado. E a PF e o Ministério da Justiça, portanto, não admitem qualquer tipo de opinião, antecipação ou veredito sobre aquilo que a Polícia Federal está investigando”.
Flávio Dino reiterou nesta quinta-feira (9) que “todo e qualquer país que é fonte de informações deve respeitar a soberania brasileira”: “Ninguém que coopera conosco pode pretender substituir as instituições brasileiras”. Posicionamento do ministro acontece após embaixador de… pic.twitter.com/TsFt1JVRbO
— GloboNews (@GloboNews) November 9, 2023
“O interesse do Hezbollah em qualquer lugar do mundo é matar os judeus. Se escolheram o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”, declarou Zonshine.
Com ajuda da Polícia Internacional (Interpol), a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na prisão de dois brasileiros e na execução de 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Outros dois indivíduos estão sendo alvo de pedido de prisão no Líbano.
O diplomata israelense fez referência a um ataque ocorrido há três décadas contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) e revelou que, na época, as investigações apontaram para o financiamento do Irã aos terroristas responsáveis pelo atentado. Zonshine alertou que o Hezbollah poderia ter como alvo o Brasil, com apoio financeiro tanto do Irã quanto do tráfico de drogas.
A atuação conjunta entre o serviço secreto israelense, o Mossad, e a Polícia Federal brasileira foi crucial para evitar o planejado ataque terrorista. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma nota reconhecendo a colaboração de várias agências de segurança internacionais, ressaltando a natureza financiada e dirigida pelo Irã do Hezbollah.
Além disso, a Interpol foi mobilizada para prender os suspeitos brasileiros que estão no Líbano, ambos com dupla nacionalidade, brasileira e libanesa.
As investigações, iniciadas com informações fornecidas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos, apontam para um recrutamento de brasileiros pelo Hezbollah no Líbano, com acordos financeiros para executar ataques no Brasil. Durante as operações, diversos materiais foram apreendidos, incluindo celulares, computadores, agendas e anotações.
A embaixada de Israel no Brasil também está sendo alvo de críticas após promover um evento na última quarta-feira (8) com políticos de extrema-direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, para apresentar “imagens exclusivas” do que seria uma denúncia dos atos do hamas em 7 de outubro, quando o conflito no Oriente Médio se intesificou.
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