Em uma rara decisão, o Papa Francisco demitiu o bispo americano Joseph Strickland, conhecido por suas posições conservadoras e críticas frequentes ao papado. A decisão foi anunciada pelo Vaticano no sábado (11), confirmando a remoção de Strickland de seu cargo na diocese de Tyler, no Texas. A ação papal é considerada atípica, já que é incomum um bispo ser diretamente destituído de suas funções.
O comunicado do Vaticano informou que o bispo de Austin, Joe Vasquez, foi nomeado novo administrador apostólico da diocese de Tyler. A decisão ocorre algumas semanas após Francisco enviar dois bispos americanos para a diocese de Strickland, em junho. Strickland, nomeado pelo Papa Bento 16 em 2012, era conhecido como um dos críticos mais proeminentes do Papa Francisco.
O bispo demitido ainda não comentou oficialmente sobre sua remoção. Em setembro, em resposta a rumores de que estava sendo incentivado a renunciar, Strickland afirmou que não poderia abandonar seu rebanho, expressando respeito à autoridade do Papa Francisco caso fosse removido.
A visita apostólica realizada neste verão não teve seus motivos detalhados pelo Vaticano. Strickland acusou o Papa Francisco de “minar o depósito da fé” e foi um crítico ferrenho das abordagens mais progressistas do pontífice em temas como aborto, homossexualidade e divórcio.
A demissão de Strickland reflete a tensão entre setores conservadores e a visão mais inclusiva e progressista de Francisco. O Papa já enfrentou oposição nos EUA, especialmente de críticos que o acusam de causar confusão e desrespeitar crenças fundamentais dos católicos. A decisão de demitir Strickland foi também confirmada pela Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
A diocese de Tyler, que agora será liderada pelo bispo Joe Vasquez, abriga mais de 120 mil católicos em uma população total de mais de 1,4 milhão, segundo a conferência. A demissão de Strickland reflete um momento de tensão na Igreja Católica, onde as visões conservadoras e progressistas estão em conflito.
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