Dino desmente Estadão sobre encontro com mulher de traficante: “Simplesmente inventam”

Atualizado em 13 de novembro de 2023 às 12:36
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Bruno Rocha

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se pronunciou sobre a matéria do jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta segunda-feira (13), alegando que ele teria recebido, em seu ministério, a “dama do tráfico amazonense”, Luciane Barbosa Farias.

No X, o antigo Twitter, Dino escreveu que nunca recebeu “líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”. “De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete”, explicou.

Por fim, ele indicou que seus seguidores vejam de seu secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça: “Sobre a audiência, em outro local, sem o meu conhecimento ou presença, vejam a história verdadeira no Twitter do Elias Vaz. Lendo lá, verificarão que não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”.

Vaz fez uma série de publicações, replicando a nota oficial enviada ao Estadão, para explicar os contextos da reunião com a presença de Luciane Barbosa e, principalmente, informando que o encontro não contou com a participação do ministro, tampouco aconteceu dentro do ministério.

“Informo que, no dia 14 de março, recebi solicitação de audiência por parte da Sra. Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ”, começou sua explicação. “Quanto à Sra. Luciane, ela estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário”, escreveu Vaz.

Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, considerado o “criminoso número um” pela polícia do Amazonas. Ele foi preso em dezembro de 2022 e atualmente cumpre uma sentença de 31 anos no presídio de Tefé (AM), sendo condenado por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.

No cenário amazônico, Tio Patinhas ganhou notoriedade por sua “altíssima periculosidade” e pelo desprezo à vida alheia, conforme relatado pelo Ministério Público. Sua reputação envolve o uso de métodos violentos, especialmente contra devedores, a quem, segundo as autoridades, ele ceifava a vida como forma de punição, segundo o próprio Estadão.

A cronologia de crimes relacionados a Tio Patinhas inclui casos emblemáticos, como a descoberta de um homem morto em Manaus, em abril de 2019, com um cartaz no rosto que mencionava a dívida com o criminoso. Além disso, um ataque a um motel resultou na execução de um homem com um tiro na cabeça, enquanto outro ficou ferido, evidenciando a crueldade associada ao traficante.

Veja o esclarecimento completo de Elias Vaz: 

“No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.

Não houve qualquer outro andamento do tema.

Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidades de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota.

Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais”.

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