O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua indignação pela forma que Israel está conduzindo o conflito no Oriente Médio, comparando o governo sionista aos atos do Hamas. “Estão matando inocentes sem nenhum critério. Jogar bomba onde tem criança, onde tem hospital a pretexto de que um terrorista está lá não tem explicação”, disse, em pronunciamento nesta segunda-feira (13).
“A quantidade de mulheres e de crianças que já morreram, e a quantidade de crianças desaparecidas, a gente não tem conhecimento em outra guerra. Nessa guerra, sabe, depois do ato provocado, e eu digo, ato de terrorismo do Hamas, que provocou um ato, as consequências e a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi do Hamas”, afirmou o presidente.
Por fim, ele propôs “salvar as mulheres e crianças” para depois deixar fazerem “a briga com quem quiser fazer”. Dos 36 hospitais na Faixa de Gaza, 20 estão inoperantes, segundo uma agência das Nações Unidas.
Solução de Israel é tão grave quanto ato do Hamas, diz Lula. “Eles (Israel) estão matando inocentes sem nenhum critério”.
Em pronunciamento nesta segunda-feira (13) presidente pediu proteção de crianças e mulheres durante o conflito na Palestina. pic.twitter.com/YBAloFXUjq
— Metrópoles (@Metropoles) November 13, 2023
O hospital Al Shifa, com a maior capacidade de atendimento na região, está privado de combustível desde sábado (11), e relatou a morte de três bebês prematuros e quatro pacientes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, embora a informação não tenha sido verificada independentemente.
Israel confirma combates ao redor do Al Shifa, alegando que o Hamas utiliza o hospital como centro de comando, acusando-os de usar pacientes e médicos como escudos humanos. O diretor do hospital e o ministério do Hamas negam tal alegação.
Um porta-voz do Al Shifa destaca a urgência de material, combustível e garantias de passagem segura para retirar 600 pacientes imediatamente. A OMS alerta que 36 bebês em cuidados intensivos correm risco de morte. Israel afirma estar ajudando a remover os recém-nascidos, divulgando imagens de soldados entregando combustível para as incubadoras.
Funcionários do hospital Shifa publicaram neste domingo esta foto de uma tentativa desesperada de salvar bebês prematuros, em Gaza. Incubadoras já não funcionam em muitos casos. pic.twitter.com/sHkS9iZ27L
— Jamil Chade (@JamilChade) November 12, 2023
Com Israel cortando o fornecimento de combustível desde os ataques terroristas de 7 de outubro, acusações são feitas ao Hamas de armazenar diesel e não repassá-lo aos hospitais. A situação é caótica, com médicos atendendo pacientes à luz de lanternas de celulares em alguns hospitais. A comunidade internacional observa com crescente preocupação a escalada desta crise humanitária em Gaza.
No entanto, há dificuldades de levantamento sobre a quantidade oficial de mortes entre os palestinos. Até a semana passada, a estimativa era de 10 mil, porém, Bárbara Laef, secretária assistente de Estado para Assuntos do Oriente Próximo, falou em um painel da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que o número de mortes de palestinos é provavelmente muito maior do que o estipulado pelo ministério da saúde na Faixa de Gaza.
“Neste período de conflito e condições de guerra, é muito difícil para qualquer um de nós avaliar qual é a taxa de baixas”, disse ela durante uma audiência de quarta-feira do Comitê de Relações Exteriores da Câmara. “Achamos que eles são muito altos, francamente, e pode ser que eles sejam ainda mais altos do que estão sendo citados”, afirmou.