Embaixador do Brasil em Israel: critérios para saída de Gaza são “um grande mistério”

Atualizado em 13 de novembro de 2023 às 21:07
Frederico Meyer olhando para o lado e segurando folhas
O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer – Agência Senado

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, expressou sua perplexidade em relação aos critérios utilizados para elaborar as listas de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza, chamando-os de “um grande mistério”.

Ao abordar o desafio logístico, Meyer observou: “Primeiro tem que pensar que eram 6 mil pessoas, de mais de 44 países. O Egito só permitia a saída de 500 pessoas por dia. Ou seja, já no primeiro dia, você teve 5.500 pessoas tristes por não saírem, e mais uns 30 e poucos países decepcionados por seus nacionais não terem saído. A decisão é um grande mistério”, disse ele.

O embaixador destacou a participação de quatro países nas negociações – Estados Unidos, Catar, Egito e Israel – mas ressaltou que o critério adotado pelas autoridades permanece incerto. Ele citou exemplos intrigantes, como a ausência de americanos no primeiro dia e a saída de um considerável número de indonésios, um país que não reconhece o estado de Israel.

Meyer também mencionou a retirada de cidadãos jordanianos, enquanto alguns países europeus, como a Espanha, não viram seus compatriotas serem autorizados a sair.

Meyer concluiu, afirmando: “Então, esse critério é um pouco difuso e não depende de um países, mas de vários países e atores”.

Brasileiros em selfie antes de deixar Gaza
Brasileiros que deixaram Gaza – Reprodução

No contexto do retorno dos brasileiros, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transportou os 32 cidadãos brasileiros para fora do território palestino no último domingo (12), decolando em direção ao Brasil na manhã desta segunda-feira (13).

Quando questionado pelo jornalista e colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, sobre possíveis repercussões políticas do encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o embaixador israelense Daniel Zonshine em 8 de novembro, Meyer negou qualquer impacto significativo em Tel Aviv.

Ele afirmou: “Não dá manchete. Tem um país em guerra, eleição americana, eu não vi em nenhum jornal. No Brasil certamente teve. Em Israel, não. Não vi na mídia, não vi nada sobre isso”.

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