Hasan Rabee, um dos brasileiros-palestinos repatriados de Gaza, desembarcou em São Paulo nesta quarta-feira (15) e denunciou estar sendo alvo de ameaças online desde a quarta-feira (14). As ameaças surgiram após a redescoberta de uma postagem feita por Rabee em 2015 em uma rede social, na qual insinuava a oportunidade de “explodir ônibus em Israel”, acompanhada de uma imagem de um ônibus em chamas. Rabee excluiu a publicação após sua ressurgência.
Ao ser questionado pela Folha, Rabee expressou que estão utilizando a foto para tentar silenciá-lo, destacando que era um dos poucos que abordava a crise humanitária em Gaza durante os ataques de Israel na atual guerra. O brasileiro-palestino alegou não se recordar da publicação e sugeriu que a fez em um “momento de raiva”.
Em outras ocasiões, ele compartilhou charges que retratam líderes de Israel e Egito se cumprimentando, utilizando termos ofensivos para ambos os países, e uma montagem de Binyamin Netanyahu vestido com uniforme nazista, chamando-o de “Adolf Netanyahu”. O repatriado, que reside em São Paulo desde 2014, chegou a Guarulhos com outros 26 repatriados de Gaza.
Nascido em Gaza e com cidadania brasileira, ele compartilhou suas dificuldades durante o conflito, tendo ficado preso no país após o início dos ataques do Hamas a Israel em outubro. Rabee expressou o desejo de retomar sua vida normal no Brasil, reunindo-se com a família de sua esposa.
“O que está acontecendo lá é um massacre. Difícil para todos vocês entenderem o que a gente passou lá. As bombas caindo por todo lado, as minhas filhas ficaram muito chocadas lá, muito triste”, afirmou.
Recebido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do governo federal e comandantes das Forças Armadas em Brasília, Rabee agradeceu ao Brasil e classificou a situação em Gaza como um “massacre”. Ele relatou o sofrimento vivenciado durante os 37 dias em Gaza, agradecendo à embaixada do Brasil pelo suporte oferecido, incluindo alimentação e recursos para compra de comida.