A morte de uma jovem no show de Taylor Swift, no Rio de Janeiro, na sexta-feira (17/11), deixou a legião de fãs da cantora americana em choque.
Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, cursava psicologia na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em Mato Grosso. Passou mal dentro do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, onde Swift cantou para 60 mil pessoas.
“Na segunda música, ela simplesmente desmaiou. Aí tiramos ela com ajuda dos seguranças e corremos pro postinho de apoio no estádio. Eles atenderam ela e encaminharam pra ambulância”, disse uma amiga de Ana Clara ao portal G1.
Não é um fato isolado.
Uma fã de Taylor Swift compartilhou uma experiência aterrorizante em um show em Nashville, nos EUA, em maio. Ela, que atende pelo nome de Andrea no Tik Tok, postou um vídeo que obteve 1 milhão de visualizações, contado que a maioria dos fãs de Swift deixou o concerto devido a condições inseguras.
“Saí e fui para casa ontem à noite”, disse a jovem em um vídeo. “Eu me senti desconfortável, insegura e apavorada”.
A influenciadora relatou que ela e seu namorado chegaram ao Nissan Stadium às 15h e foram autorizados a entrar no local por volta das 15h30 devido aos ingressos VIP.
Andrea disse que tudo estava normal até por volta das 17h30, quando os organizadores pediram que as pessoas se abrigassem num local coberto devido a uma forte tempestade com raios.
“Todos que estavam na parte inferior e nos assentos do chão tiveram que passar por baixo dos assentos do estádio, e se abrigar até que o tempo melhorasse”, disse Andrea.
“Não havia para onde ir. As pessoas estavam pirando e então várias começaram a desmaiar”.
Andrea disse que a cena lembrava o infame show no festival Astroworld, de Travis Scott, em novembro de 2021, em que dez pessoas morreram e outras trezentas ficaram feridas.
Quase 203 mil fãs compareceram ao show de três noites de Swift no estádio.
“Quarenta e dois funcionários do hospital Ascension Saint Thomas e vários médicos do pronto-socorro trabalharam todos os dias da excursão”, disse o hospital, acrescentando que eles responderam a mais de 300 casos ao longo do fim de semana.
Naquele mesmo mês, na Filadélfia, uma garota foi agredida por seguranças de Taylor Swift e ela teve de intervir do palco.
Quando qualquer artista não mostra nenhum respeito pela integridade de seus fãs, é preciso realmente questionar se eles se importam com eles.
Em nota, Taylor escreveu que “sinto profundamente essa perda e meu coração partido está com sua família e amigos”, mas suas ações dizem o oposto. O show continuou enquanto Ana Clara Benevides agonizava e multidões clamavam por água.
A questão não é se os espectadores podem se divertir — em vez disso, é sobre como os ídolos estabelecem um precedente com seus admiradores. Por mais ridículo que pareça um artista pausar seu show, esse dilema se resume a uma pergunta simples: você prefere ser chamado de estraga-prazeres ou colocar em perigo as pessoas que o tornaram famoso?