Bolsonaristas estão culpando o general Gustavo Henrique Dutra pela morte de Cleriston Pereira da Cunha, preso pelos ataques terroristas do 8 de janeiro que morreu enquanto estava na Papuda. Ele era o comandante militar do Palácio do Planalto na data do atentado e tem sido chamado de “general de merda”.
O deputado Ricardo Salles (PL-SP) é um dos responsáveis pelo movimento que culpa o general pela morte do terrorista. Ele compartilhou um vídeo do depoimento de Dutra nas redes sociais e afirmou que “a culpa da morte do rapaz é também, em parte, desse general de merda”.
O conteúdo compartilhado por Salles é uma declaração do general durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CL-DF). Na ocasião, ele contou que a polícia isolou o local dos ataques e os terroristas foram presos no dia seguinte.
“As pessoas acharam que nós estávamos isolando a praça para protegê-las e foram dormir. No dia seguinte, a polícia chegou na hora certa, com todos os meios, prendemos mais de mil pessoas na praça sem nenhum incidente”, relatou.
A culpa da morte do rapaz é também, em parte, desse general de merda! Um grande filho da puta, deslumbrado! https://t.co/xMtw8HYt8O
— Ricardo Salles (@rsallesmma) November 22, 2023
Cleriston Pereira da Cunha morreu na última segunda (20) enquanto tomava banho de sol na Papuda. Ele estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP II) desde o dia 8 de janeiro, quando foi preso dentro do Senado Federal.
O Corpo de Bombeiros e o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram ao local para tentar reanimá-lo, mas não tiveram sucesso.
O bolsonarista sofria de sequelas causadas pela Covid-19 e recebia tratamento médico há oito meses “por quadro de vasculite [inflamação de vasos sanguíneos] de múltiplos vasos e miosite secundária” causada pelo vírus, segundo a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira.
O advogado de Cleriston, Bruno Azevedo de Souza, pediu, em fevereiro deste ano, que a Justiça concedesse liberdade provisória a ele por conta de sua “saúde debilitada”, mas o pedido foi negado.