Durante um evento do programa “Minha Casa, Minha Vida” nesta quarta-feira (22), o presidente Lula (PT) criticou a demora no acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Lula, ao listar números da guerra, incluindo mais de 14 mil mortes e “quase 6 mil desaparecidos” desde 7 de outubro, questionou a sanidade de alcançar um pacto de quatro dias após tantas baixas.
Embora não tenha especificado a fonte, os dados coincidem com as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, no dia anterior.
“Estamos testemunhando o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Um acordo após 14 mil mortes? Após quase 6 mil desaparecidos, após quase 6.000 crianças mortas? (…) Depois de tudo isso, os loucos que fizeram a guerra decidem fazer um pacto de quatro dias quando nem mesmo deveriam ter começado [os ataques]”, disse Lula.
Destacando a falta de humanismo e fraternidade, Lula concluiu seu discurso lamentando que, apesar de nascermos para viver em comunidade, as pessoas são obrigadas a viver sozinhas na era atual. Ele expressou preocupação com a diminuição do humanismo, do sentimento, da fraternidade e da solidariedade.
Anteriormente, Lula havia saudado o acordo de cessar-fogo. Coerente com seus discursos anteriores sobre o conflito, ele defendeu uma “solução política”, expressando a esperança de que o acordo possa pavimentar o caminho para uma resolução duradoura e a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina.
O cessar-fogo, aprovado pelo gabinete israelense, visa liberar 50 reféns, com a primeira leva prevista para ser libertada pelo Hamas no dia 23, de acordo com o Canal 12. O conflito com o Hamas persiste desde 7 de outubro, quando ocorreram os primeiros ataques no sul de Israel.
A expectativa é que o cessar-fogo dure quatro dias, durante os quais dez a doze reféns israelenses, incluindo 30 crianças, oito mães e doze mulheres, serão liberados diariamente, segundo um oficial israelense ouvido pelo Haaretz. Israel também concordou em libertar aproximadamente 150 palestinos, com os condenados por homicídio excluídos do acordo. A prioridade de liberação é dada a mulheres e crianças.
Também nesta quarta, Lula participou da Cúpula Virtual do G20. Em sua fala, ele disse ter esperança de que “esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina”.