“Não fiz nada para afrontar ninguém”: Jaques Wagner pede desculpas a ministros do STF

Atualizado em 23 de novembro de 2023 às 16:54
Jaques Wagner

O senador Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado, pediu desculpas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) após votar a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe decisões monocráticas dos magistrados. Wagner esclareceu que não teve a intenção de desrespeitar a Corte com seu voto.

“Teve gente do Supremo que considerou o meu voto como uma afronta. Não vou dizer quem, mas me ligaram e eu falei: ‘Se os senhores entendem que é uma afronta, antecipadamente peço desculpas’”, disse. “Não fiz nada para afrontar ninguém.”

Wagner, que foi o único senador do PT a divergir do partido na votação, não forneceu uma orientação de voto, justificando que a discussão não envolvia diretamente o Executivo e o voto não era “pessoal”. O PT se posicionou contra a PEC, mas o governo federal não expressou uma posição oficial.

O senador também enfatizou sua visão do STF como um fiador da democracia e defendeu a harmonia entre os poderes. “Eu defendo a harmonia entre os Poderes e sou um democrata. Eu disse: ‘Sei o serviço que vocês fizeram num momento difícil. Vocês, o governo e o Legislativo juntos’”, afirmou.

Apesar de não receber pressão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apoiar a PEC, Wagner reconheceu que seu voto foi crucial para a aprovação da medida, que também contou com o apoio de outros senadores baianos como Otto Alencar e Angelo Coronel, ambos do PSD.

Ele admitiu que sua posição foi parte de uma estratégia mais ampla para facilitar a aprovação de projetos de interesse do governo, especialmente na área econômica. “Eu votei pela minha consciência, mas eu não posso fazer o jogo do ‘eu sozinho’. Evidentemente, o líder do governo – que tem a tarefa de administrar as diferenças aqui – também tem de fazer um gesto aqui e acolá”, explicou.