As forças armadas dos Estados Unidos comunicaram o lançamento de dois mísseis balísticos do território controlado pelos rebeldes Houthis no Iêmen em direção a um navio de guerra norte-americano no Golfo de Aden.
O incidente ocorreu após a Marinha dos EUA responder a um chamado de socorro de um navio-tanque comercial vinculado a Israel, que estava sob a captura de cinco indivíduos armados. Isso destaca a crescente ameaça enfrentada por embarcações que atravessam um dos corredores comerciais mais cruciais do mundo, conforme relatado pelo Financial Times.
Segundo o comunicado do Comando Central dos EUA (Centcom) divulgado nesta segunda-feira (27), os dois mísseis aterrissaram a vários quilômetros tanto do Central Park, o navio-alvo dos invasores, quanto do navio de guerra USS Mason.
O Centcom informou que o Central Park, um transportador de petróleo e produtos químicos com bandeira da Libéria, foi abordado por agressores desconhecidos. Em resposta, o USS Mason perseguiu a pequena embarcação utilizada pelos cinco indivíduos em fuga, resultando na sua captura.
De acordo com o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, todos os navios nas proximidades são obrigados a prestar ajuda em caso de sinal de socorro, conforme normas e leis marítimas internacionais. Ryder destacou que, apesar de três navios da Marinha Chinesa estarem nas proximidades, nenhum respondeu.
Posteriormente, o Pentágono afirmou que os agressores pareciam ser piratas somalis, em vez de rebeldes do movimento Houthi. Ryder acrescentou: “Continuamos a avaliar, mas as indicações iniciais são de que os envolvidos são somalis”, acrescentando que o incidente está claramente relacionado à pirataria.
O incidente ocorre após o grupo rebelde Houthi, associado ao Irã, lançar vários ataques contra interesses dos EUA e Israel na região desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. Esses eventos alimentam preocupações crescentes de que a guerra entre Israel e o Hamas possa se expandir pela região.
Na semana passada, o grupo anunciou a captura de um navio de carga no Mar Vermelho, conduzindo-o para a costa iemenita. A embarcação, de propriedade britânica e operada por japoneses, não tinha cidadãos israelenses a bordo, segundo Tel Aviv. O porta-voz militar dos insurgentes, Yahya Saree, afirmou que a operação foi coordenada pela Marinha do Iêmen.
Na ocasião, o grupo rebelde iemenita declarou seu compromisso em continuar capturando navios israelenses até que os ataques à Faixa de Gaza sejam interrompidos.
Os Houthis têm estado envolvidos em conflitos armados no Iêmen, incluindo confrontos com o governo central e outros grupos rebeldes. Uma das principais fontes de tensão tem sido a marginalização percebida dos houthis no cenário político e econômico do Iêmen. Em 2014, os insurgentes capturaram a capital iemenita, Sanaa, e outras áreas, levando a um conflito mais amplo que envolve intervenção militar de países vizinhos.