Autor de entrevista de Pedro Collor desmente âncora da CNN que a citou para atacar STF

Atualizado em 29 de novembro de 2023 às 22:22
Montagem de fotos de Luis Costa Pinto e Raquel Landim
Luis Costa Pinto desmentiu Raquel Landim – Reprodução

Na noite desta terça-feira (29), o jornalista Luis Costa Pinto, responsável por uma entrevista na qual Pedro Collor, irmão do ex-presidente Fernando Collor (PTB), concedeu à revista Veja em 1992, rebateu declarações feitas pela sua âncora Raquel Landim, da CNN Brasil. A apresentadora  usou a antiga reportagem como exemplo para atacar o STF.

No CNN 360, Raquel criticou o Supremo Tribunal Federal que, por maioria de votos, estabeleceu as condições em que as empresas jornalísticas podem ser responsabilizadas civilmente, ou seja, sujeitas ao pagamento de indenização, por publicarem entrevistas contendo acusações falsas de crimes.

Para a comunicadora isso não passará de uma maneira de censurar a imprensa: “Se as regras aprovadas pelo STF estivessem em vigor, como a imprensa publicaria as entrevistas de Pedro Collor ou de Roberto Jefferson? A decisão do STF não combate a irresponsabilidade de alguns, o que ela traz é o risco de auto-censura de toda a imprensa”.

Luis Costa Pinto compartilhou uma postagem da profissional no X/Twitter e rebateu suas falas, afirmando que o STF acertou em sua decisão e que ela servirá para prestigiar o Jornalismo.

“Prezadíssima Raquel Landim, a decisão do STF é correta e prestigia o Jornalismo. O bom Jornalismo, não o declaratório. A entrevista do Pedro Collor não tem nada a ver com isso, nem ‘iniciou’ o processo de impeachment”, começou ele.

“A entrevista dele à Veja (do passado) foi matéria-prima de um amplo trabalho de apuração jornalística que já envolvia 60% da redação da revista quando foi publicada”, prosseguiu Costa Pinto. “Conto esse making off de Jornalismo de Verdade no livro ‘Trapaça’. A Lava Jato e os factóides produzidos em Curitiba corromperam e viciaram o processo jornalístico”.

“A decisão do STF, hoje, vem em socorro do bom jornalismo, da busca dos nexos factuais daquilo que os entrevistados dizem. Lembre: Dallagnol produziu um power point mentiroso, falso, à guias de provas, para incriminar um ex-presidente da República. A mídia tradicional se esbaldou”

“Vejo essa decisão do STF como uma luz para repor responsabilidade na produção jornalística”, concluiu o profissional. “Para embarreirar mentiras e manipulações”.

Conforme a decisão do STF, a empresa só poderá ser responsabilizada se ficar comprovado que, no momento da divulgação da informação, existiam indícios concretos da falsidade da acusação. Além disso, é necessário demonstrar o descumprimento do dever de verificar a veracidade dos fatos e de divulgar a existência desses indícios.

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