Víctor Manuel Rocha, ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, foi acusado de espionagem. Segundo promotores americanos, ele atuou secretamente como agente do governo cubano durante quatro décadas, a partir de 1981.
“Esta ação expõe uma das infiltrações de maior alcance e duração no governo dos Estados Unidos por parte de um agente estrangeiro”, afirmou o procurador-geral Merrick B. Garland. Rocha é um cidadão americano nascido na Colômbia.
A denúncia diz que Rocha “secretamente apoiou a República de Cuba e sua missão clandestina de coleta de informações de inteligência contra os Estados Unidos”. O ex-embaixador trabalhou no Departamento de Estado dos EUA entre 1981 e 2002, conseguindo “acesso a informações não públicas”, segundo promotores.
Após sair do Departamento de Estado, Rocha foi assessor do Comando Sul dos Estados Unidos, que cuida das Forças Armadas americanas e inclui Cuba como uma de suas áreas de responsabilidade.
Entre 2022 e 2023, o ex-embaixador admitiu ter trabalhado para Cuba durante as décadas e celebrou sua atividade como agente da inteligência cubana. As confissões ocorreram em reuniões com um agente disfarçado do FBI (Federal Bureau of Investigation) que fingiu ser um representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba.
Nas conversas com o agente da FBI, Rocha ainda se referiu aos Estados Unidos como “o inimigo” e chamava seus contatos cubanos de “companheiros”.
Ele foi acusado de conspirar para agir como agente de um governo estrangeiro sem notificação de autoridades e de obter passaporte por meio de declaração falsa. Segundo o procurador federal Markenzy Lapointe, a atuação do ex-embaixador “colocou em perigo a democracia americana”.