Por que Eduardo Bolsonaro foge do STF e dribla oficiais de Justiça

Atualizado em 5 de dezembro de 2023 às 14:18
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal. Foto: reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem encontrado dificuldades para intimar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deve responder a uma queixa-crime relacionada a suas declarações sobre professores em julho deste ano. Ao menos sete tentativas de notificar Eduardo foram frustradas pela ausência do parlamentar em seu gabinete.

No evento pró-armas, o filho do ex-presidente comparou “professores doutrinadores” a traficantes de drogas, alegando que ambos representam uma ameaça aos filhos da sociedade.

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) classificou as declarações como discurso de ódio e acionou o STF, buscando punição por calúnia e difamação. O ministro Nunes Marques abriu um prazo de 15 dias, em 23 de outubro, para que Eduardo Bolsonaro se manifestasse sobre o caso.

“Prestem atenção na educação dos filhos. Tirem um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um vendedor de drogas que tentam sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, disse Eduardo na ocasião.

Relembre a fala de Eduardo Bolsonaro:

Em 29 de novembro, as oficiais de Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos apresentaram um relato detalhado das dificuldades que têm tido com a tarefa, da qual, por fim, desistiram.

O documento enviado ao STF descreve a falta de acesso ao deputado durante múltiplas diligências realizadas em seu gabinete e nos plenários da Câmara. As oficiais afirmam terem recebido promessas de que Eduardo estava prestes a chegar, sugestões para aguardar durante todo o dia no corredor e contradições entre os funcionários do deputado.

“Cumpre explicar que aquele gabinete não possui sala de espera nem cadeira para terceiros”, destaca o relato, revelando a falta de condições adequadas para o cumprimento da intimação.

Diante da série de dificuldades e após sucessivas diligências infrutíferas, as oficiais de Justiça decidiram devolver o mandado ao ministro Nunes Marques sem o devido cumprimento.

Eduardo Bolsonaro e Evandro Guedes. Foto: reprodução

O deputado federal, que se mostra contra as supostas doutrinações dos “professores esquerdistas”, nos últimos dias voltou a ser mencionado pela amizade com o professor Evandro Guedes, ex-policial militar que viralizou por “ensinar” seus alunos a praticarem necrofilia.

“Imagina, filho, você que é virgem. Ai você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do ‘Pânico na TV’ morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério. Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: ‘uhmmm, quentinha ainda’. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime”, disparou Guedes em sua aula.

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