O argentino Diego Hernan Dirísio, identificado pela PF como o principal contrabandista de armas da América do Sul, fugiu para o Paraguai. Ele é um dos suspeitos de fazer parte de grupo que entregou 4 mil armas para chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV).
A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça (5) contra o grupo que teria movimentado R$ 1,2 bilhão com a venda de armamentos para os grupos criminosos e Diego está foragido. A corporação recebeu informações de que ele estaria escondido no Paraguai e suspeita que detalhes sobre a operação tenham vazado antes do cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão.
No total, 19 pessoas foram presas (5 no Brasil e 14 no Paraguai). A PF cumpriu 24 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 de busca e apreensão nos dois países e nos Estados Unidos. A Justiça da Bahia determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e extraditados.
A investigação sobre o caso teve início em 2020, quando foram apreendidas pistolas e munições no interior da Bahia. Na ocasião, as armas tinham número de série raspado e perícias da PF fizeram a apuração avançar. Três anos depois, foi descoberto o esquema de Diego.
O argentino, por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai, comprou pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Entre novembro de 2019 e maio de 2022, a companhia importou um total de 16.669 armamentos.
As armas eram vendidas para facções em São Paulo e no Rio de Janeiro. O esquema envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos Estados Unidos.