Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (Patriota), eleito deputado estadual em 2022 com 0,63% dos votos válidos, é o principal foco da Operação El Patron, realizada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (7).
O parlamentar é suspeito de liderar um grupo de milicianos envolvido com atividades como jogo do bicho, agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, movimentando, segundo apurações, pelo menos R$ 700 milhões.
Natural de Milagres, Binho Galinha passou boa parte de sua vida em Feira de Santana, onde enfrentou um episódio de detenção em 2011. Na ocasião, foi acusado de ser parte de uma quadrilha dedicada ao roubo de veículos e portava uma pistola no momento da detenção.
Após três dias sob custódia policial, foi liberado pela Polícia Civil e o inquérito que se seguiu não resultou em processo judicial. Além de sua atuação política, o deputado é um empresário com participação societária na Tend Tudo, um ferro velho na cidade, desde 2006, especializado na venda de peças e acessórios automotivos.
Sua incursão na política teve início próximo à sua empresa. Durante a pandemia, iniciou a entrega de refeições para pessoas em situação de vulnerabilidade, chamando a atenção de figuras influentes na região e sendo convidado para se candidatar pelo Patriota.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/q/F/lDVN15TruggVN0G1CFbQ/binho.png)
Durante a campanha eleitoral, explicou que o apelido “Binho Galinha” surgiu logo após sua chegada em Feira de Santana (BA), onde trabalhou como entregador em um abatedouro de aves, segundo informações do jornal O Globo.
Nas eleições do ano passado, apoiou as candidaturas do presidente Lula (PT) e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), conquistando 49,8 mil votos e assumindo sua primeira posição legislativa. Na Assembleia Legislativa, declarou possuir ensino médio completo como formação acadêmica.
Em seu mandato inaugural, apresentou três projetos de lei, incluindo propostas para viabilizar meia-entrada em jogos de futebol para mulheres e para estabelecer um programa estadual de reciclagem de óleo.
A operação
Na ação desta manhã, os policiais cumpriram dez mandados de prisão preventiva, 33 de busca e apreensão, além de bloquear mais de R$ 700 milhões em contas bancárias dos investigados e confiscar 26 propriedades urbanas e rurais. Também houve a suspensão das operações de seis empresas, seguindo ordem do Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana (BA).
A operação contou com a participação de 200 policiais federais e estaduais, 15 auditores-fiscais da Receita Federal e seis analistas tributários. Conforme investigação da PF, a organização criminosa atua em Feira de Santana (BA) e nas cidades circunvizinhas.
A investigação ainda apontou a participação de três policiais militares do estado da Bahia, integrantes do braço armado do grupo miliciano, envolvidos em cobranças agressivas, usando violência e ameaças, relacionadas a atividades ilegais como jogos e empréstimos com juros abusivos.