O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendendo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em relação à dívida do estado com a União. Segundo Haddad, o endividamento aumentou na gestão de Zema e o governador “não tem postura construtiva”.
Haddad acusou Zema de governar com recursos federais, aumentando a dívida de Minas de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões, apesar da aliança com Jair Bolsonaro. Ele aconselhou Zema a evitar conflitos, especialmente ao tratar com Pacheco, responsável por pautar o acordo com a Fazenda Nacional e o governo federal.
Zema, por sua vez, criticou a falta de ação efetiva do governo federal em relação à dívida e mencionou propostas pendentes de análise.
“Toda alternativa é bem-vinda, estivemos com o presidente do Congresso há duas semanas, ele lançou uma proposta, mas essa proposta precisa ser apreciada pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria do Tesouro Nacional. E até agora ninguém apreciou. Ficou falação, não teve nenhuma ação efetiva do governo federal”, contou o governador.
Enquanto tenta aprovar o Regime de Recuperação Fiscal em Minas, Pacheco e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, buscam um plano alternativo junto ao presidente da República. Este plano envolve a redução da dívida, a entrega de ativos à União e o uso de créditos da repactuação após o rompimento da barragem em Mariana.
Haddad expressou cautela em relação à federalização de ativos de Minas, destacando a necessidade de considerar os acionistas minoritários. Ele enfatizou que o governo federal está disposto a ampliar o prazo para que o governo mineiro apresente uma solução.
Pacheco pediu união e maturidade, solicitando a todos para “descerem do palanque” e evitar disputas eleitorais no momento das decisões.
“Nós não podemos criar narrativas, ficar o tempo inteiro em rede social criticando um ao outro. No momento nós precisamos é de muita união, de muita maturidade. Não podemos ter infantilidade de ficar achando que nós estamos em uma disputa eleitoral”, disse o presidente do Senado.