O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender nesta sexta-feira (8) os réus do 8 de janeiro. Durante entrevista à Rádio Mitre, o ex-mandatário disse que o episódio foi um “ato legítimo de manifestação popular”.
Para Bolsonaro, o ato de 8 de janeiro não foi nem terrorista nem tentativa de golpe.
“Nos acusam de tentar tomar o poder, mas não tinha armas. Pessoas que tinham a bandeira do Brasil numa mão e uma bíblia em outras mãos são condenadas por uma tentativa armada de tomar o poder. Nenhuma arma foi encontrada, nenhum estilingue foi encontrado”, disse o ex-presidente ao jornalista Eduardo Feinmann.
Em seguida, Bolsonaro afirmou que o governo “domina” o Poder Judiciário. O ex-mandatário foi condenado duas vezes à inelegibilidade justamente por atacar os Poderes e fazer afirmações falsas e distorcidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Em junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores.
Em outubro, uma segunda ação na mesma Corte, movida em razão da participação do ex-mandatário na comemoração do bicentenário da Independência foi julgada procedente e rendeu uma nova condenação à mesma pena.
Durante a entrevista, o ex-presidente citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em diversas ocasiões. O ex-chefe do Executivo disse que o petista é “corrupto” e “pró-terrorista”.
Veja o vídeo:
Bolsonaro volta a defender golpistas, agora falando a um extremista de direita na Argentina, e ataca indiretamente o STF. Que a entrevista entre no seu prontuário. Um ex-presidente vai difamar o Judiciário do seu país em solo estrangeiro. E com mentiras. Em O É da Coisa. pic.twitter.com/4DgitfSlma
— Reinaldo Azevedo (@reinaldoazevedo) December 8, 2023