Durante a 4ª Conferência Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou satisfação ao anunciar a nomeação de Flávio Dino, um “ministro comunista”, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa nomeação foi aprovada pelo Senado na quarta-feira (13).
“Vocês não sabem como eu estou feliz hoje. Pela primeira vez na história desse país, nós conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista, um companheiro da qualidade do Flávio Dino”, discursou.
“É fundamental conversar com pessoas diferentes, até mesmo com aquelas que causam desgosto quando vocês me veem na TV dialogando. Na política, é essencial interagir com os eleitos, pois eles têm o voto do povo. Assim, conseguimos avanços significativos, como o fundo educacional que proporciona bolsas para estudantes no país”.
Contudo, antes de Dino, houve Eros Grau, ministro do STF entre 2004 e 2010 indicado por Lula.
Em 2007, em uma entrevista ao jornal O Globo com Ricardo Noblat, Eros Grau falou sobre suas convicções. “O direito não necessariamente reflete o que eu penso. Ele tende a preservar a ordem burguesa”, disse.
Ele reiterou seu compromisso com a justiça social e com a luta de classes nos votos que proferia: “O Judiciário é um campo de batalha da luta de classes. Sempre tento evidenciar minha preocupação com o social em meus votos, já que nossa ordem jurídica está mais comprometida com relações comerciais”.
Ao ser questionado sobre seu passado comunista, Grau respondeu com orgulho: “Quem foi nunca deixa de ser”.