Quem é Zinho, líder da maior milícia do RJ que se entregou à PF após negociações

Atualizado em 25 de dezembro de 2023 às 10:33
Miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho — Foto: Reprodução

Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, chefe da maior milícia do estado do Rio de Janeiro, se entregou à Polícia Federal (PF) no fim da tarde do último domingo (24).

Zinho, que estava foragido desde 2018 e possuía 12 mandados de prisão, se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro após negociações.

Nos últimos meses, a PF realizou diversas operações para capturar o miliciano, incluindo a Operação Dinastia 2, no último dia 19, que resultou na prisão de 5 pessoas, apreensão de 4 armas, R$ 3 mil em espécie, celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.

Quem é Zinho?

Zinho assumiu a liderança da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste do Rio, em 2021, após a morte do antigo líder, seu irmão, Ecko.

Antes de liderar a milícia, Zinho estava ligado à lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense, e cuidava da contabilidade.

Ele também era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro, que faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017, segundo a polícia, usando outras empresas do grupo para movimentar o dinheiro.

Em 2018, a Polícia Civil tentou prender Zinho em um sítio no Espírito Santo, mas ele fugiu pela mata, deixando para trás seu celular. No ano seguinte, a polícia confiscou a mansão de Zinho na Barra da Tijuca, estimada em R$ 1,7 milhão, e outras três propriedades foram apreendidas, duas delas registradas em nome de “laranjas”.

O miliciano Zinho. Foto: Reprodução

Zinho esteve próximo de ser capturado diversas vezes, principalmente em operações da Polícia Civil, mas sempre conseguiu escapar. Em uma dessas tentativas, os policiais acabaram tirando a vida de seu sobrinho, conhecido como Faustão. Em resposta, 35 ônibus foram incendiados na Zona Oeste do Rio.

Vale destacar que o miliciano já teve passagens pelo sistema prisional anteriormente. Em 2015, foi detido pela Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) do Rio de Janeiro, acompanhado por dois seguranças, um deles policial militar, mas acabou sendo liberado no mesmo ano no Plantão Judiciário.

Sucessão de Zinho

Com a morte de Faustão, o miliciano Pipito se tornou o segundo líder da milícia. Com a prisão de Zinho, é possível que Pipito assuma o controle da organização, segundo informações do G1.

Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, foi preso em 2018 com duas pistolas em sua casa.

Segundo a polícia, Pipito entrou para a milícia em 2017, quando era liderada por Carlinhos Três Pontes. Ele foi próximo de Ecko, tio de Faustão, e considerado chefe da milícia em Antares, Santa Cruz, uma área estratégica para o grupo.

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