Gleisi defende PT após falas de Haddad sobre sucessão de Lula e economia: “É um direito. Nossa tradição”

Atualizado em 2 de janeiro de 2024 às 17:56
Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Foto: reprodução

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, respondeu às afirmações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também em entrevista ao jornal O Globo, de que a sigla e membros do governo Lula tenham avaliações negativas do seu trabalho na pasta econômica. Hoffmann destacou que as críticas do partido não indicam que “está tudo errado” nas ações do ministro, mas sim expressam preocupação com uma “política fiscal contracionista”.

“É um direito do partido e até um dever fazer esses alertas e esse debate, isso não tem nada de oposição ao ministro e nem a ninguém. É da nossa tradição”, afirmou Hoffmann na entrevista.

A dirigente partidária também criticou a discussão sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando-a como “extemporânea”. Haddad afirmou que Lula deve ser candidato à reeleição em 2026, mas ressaltou a importância de discutir nomes para eleições posteriores.

“Acho extemporânea a discussão sobre a sucessão do presidente Lula. Nós precisamos fazer com que tudo dê certo porque é isso que vai garantir a sucessão, inclusive a reeleição de Lula na próxima eleição”, disse Gleisi.

Haddad, em sua entrevista, mencionou a existência de críticos dentro do PT, observando “cards” divulgados sobre a economia, sem citar nomes. A presidente do PT negou que a resolução do Diretório Nacional do partido, aprovada em dezembro, critique especificamente o ministro. Segundo ela, a resolução destaca indicadores positivos da economia e demonstra preocupação com a política fiscal.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Foto: reprodução

“A nossa resolução é positiva para o governo, o que nós criticamos foi a política monetária do Banco Central, dizendo que com uma política monetária contracionista, que vai continuar, os juros estão caindo a conta gotas na nossa visão, a gente não pode ter uma política fiscal contracionista”, explicou Hoffmann.

Ela ressaltou que a intenção não é fazer oposição ao ministro, mas sim expressar preocupações e debater questões econômicas. Hoffmann afirmou que pretende conversar com Haddad sobre o assunto quando retornar a Brasília.

“Não estou em Brasília e não falei com ele. Quando eu voltar, não tem problema nenhum, é conversando que a gente se entende, inclusive falando as coisas”, disse a presidente do PT.

Gleisi Hoffmann atribuiu os bons resultados na economia a uma emenda à Constituição aprovada no final de 2022, que abriu espaço fiscal no orçamento do ano passado. Ela destacou a importância dessa emenda para a retomada de políticas relevantes, como o aumento real do salário mínimo, a desoneração da tabela do Imposto de Renda e a reformulação do Bolsa Família.

Após a publicação da entrevista nesta terça, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) respondeu Haddad após crítica a uma resolução do partido. Na ocasião, o parlamentar carioca pediu menos “Faria Lima” e mais “sabedoria do Lula”.

No entanto, a publicação de Farias foi excluída do X, antigo Twitter.

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