Até agora, as 187 pessoas mencionadas nos documentos judiciais do caso de Jeffrey Epstein, um magnata acusado de tráfico sexual que faleceu em sua cela em 2019, eram anonimamente designadas como John e Jane Does.
A partir desta terça-feira (2), no entanto, esses nomes passarão a ser públicos, com destaque para o ex-presidente Bill Clinton, citado aproximadamente 50 vezes, conforme reportado pela ABC News. A divulgação dos nomes foi autorizada por uma juíza de Nova York (EUA), após o prazo para objeções ter expirado, marcando um novo capítulo no escândalo que envolveu até a monarquia britânica.
Esse episódio é o mais recente em uma saga iniciada há nove anos, quando Virginia Giuffre, vítima de abuso sexual por Epstein entre 1999 e 2002, processou Ghislaine Maxwell, amiga do milionário. Maxwell foi condenada a 20 anos por tráfico sexual e outros crimes. Epstein, por sua vez, cometeu suicídio na prisão, aguardando julgamento por abuso e tráfico sexual de menores.
Bill Clinton, ex-presidente dos EUA, listado como “Doe 36” em mais de 50 documentos, sempre negou envolvimento no caso. Bill Gates também figura na lista, acusado de ter sido coagido por Epstein a financiar uma organização beneficente, sob ameaça de divulgar um suposto caso extraconjugal com uma jogadora de bridge.
Outros “John Does” incluem atores, funcionários de Epstein, acadêmicos, e o príncipe Andrew do Reino Unido, que segundo a testemunha “Jane Doe 162”, aos 17 anos, teve um encontro com ele, Maxwell e Giuffre.
Além disso, nomes de supostas vítimas levadas às propriedades de Epstein, como uma mansão em Nova York, uma casa em Palm Beach, uma ilha privada nas Ilhas Virgens Britânicas e um rancho perto de Santa Fé, também podem estar nessa lista.