O piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, está entre os quatro desaparecidos desde o último domingo (31/12) após o helicóptero que ele pilotava perder contato e sumir a caminho do Litoral Norte de São Paulo.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Cassiano possui um histórico problemático. A Anac relata um incidente em 2019, quando ele foi flagrado durante uma fiscalização no Aeroporto Campo de Marte. Na ocasião, o piloto teria direcionado o helicóptero que pilotava contra um servidor da Anac que realizava a inspeção.
Em meados de 2020, uma reportagem da CNN Brasil revelou que Cassiano realizava voos para várias celebridades, incluindo o ex-goleiro Jailson, do Palmeiras. Contudo, ele estava sob investigação por um pouso forçado no terraço de um prédio na Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.
Em setembro de 2021, a Anac cassou sua habilitação por conduta grave, considerada fraude, aplicando a pena máxima de cassação. Segundo a Anac, essa ação visa servir como medida educativa para desencorajar condutas similares.
Após a cassação, Cassiano ficou dois anos sem registro na aviação e teve que refazer os cursos necessários para recuperar a licença.
Já em outubro de 2023, Cassiano concluiu os cursos exigidos, obteve nova licença, porém, sem autorização para realizar voos remunerados, o que seria classificado como Transporte Aéreo Clandestino (TACA).
No entanto, no voo em que desapareceu com outras três pessoas no litoral de São Paulo, ainda não se sabe se era um transporte remunerado. As autoridades, incluindo a Anac, investigam o caso.
As primeiras investigações sugerem a possibilidade de a aeronave estar entre a Serra do Mar, uma densa região de floresta do bioma Mata Atlântica, e Caraguatatuba, cidade próxima ao arquipélago de Ilhabela.
Vale destacar que o helicóptero utilizado por Cassiano para a viagem não possuía permissão para voos remunerados.
Até o momento, ele e os outros três ocupantes continuam desaparecidos: Raphael Torres, Letícia Sakumoto (20 anos) e sua mãe, Luciana Rodzewics (45 anos). A Força Aérea Brasileira, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros estão em busca de pistas sobre o paradeiro do grupo.