O governo do Egito abandonou a mediação entre Israel e o Hamas após a morte do número 2 do grupo palestino. Saleh al-Arouri foi morto nesta terça (2) durante um ataque feito por drone israelense no sul de Beirute, capital do Líbano.
O governo egípcio informou oficialmente o israelense que congelou seu papel na negociação para a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza. O Cairo atuou, junto do Catar e dos Estados Unidos, para mediar a trégua entre Israel e Hamas, além da troca de reféns por prisioneiros entre novembro e dezembro de 2023.
A morte do número dois do Hamas aumentou a tensão entre os países da região e fez com que o Hezbollah, grupo libanês que tem laços com Hamas e Irã, sinalizasse que poderia entrar na guerra. Até mesmo aliados de Israel, como os Estados Unidos, apontam que a morte do líder palestino é um fator de risco para as negociações.
Israel não admitiu publicamente a autoria do ataque a Saleh al-Arouri, mas o Hamas culpa “a ocupação sionista” pelo assassinato do seu número dois. Ele estava exilado no Líbano há anos e foi morto junto de seu guarda-costas e outras três vítima.
Para o Hamas, o ataque israelense ao seu escritório em Beirute “prova mais uma vez o completo fracasso deste inimigo em alcançar qualquer um dos seus objetivos beligerantes na Faixa de Gaza”.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu já havia ameaçado mata-lo antes da guerra contra o Hamas, que começou em outubro de 2023. Arouri passou quase 20 anos preso em Israel e foi solto em 2010 sob condição de exílio.