Vereadores de oposição negam acordo para criar CPI contra o padre Júlio Lancellotti

Atualizado em 3 de janeiro de 2024 às 19:59
Padre Júlio Lancellotti distribui comida a pessoas em situação de rua. Foto: Divulgação

Vereadores da oposição na Câmara Municipal de São Paulo negaram ter feito um acordo com bolsonaristas para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como alvo o padre Júlio Lancellotti. O requerimento para instalar o colegiado é de autoria do vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e está numa fila com outros 45 pedidos para criação de comissões na Casa Legislativa. A informação é do g1.

Para furar a fila e a comissão ser instalada, o requerimento de Rubinho precisaria de um acordo entre todos os vereadores, além de passar por duas votações em plenário e obter ao menos 28 votos. A solicitação do vereador bolsonarista foi assinada por ao menos 24 vereadores, do total de 55.

Parlamentares de oposição negam a existência de qualquer acordo para que o requerimento de Rubinho avance na Casa Legislativa. O vereador Senival Moura, líder do PT, afirmou que o partido e contra a CPI e “vai obstruir e fazer o que for pra barrar essa ideia equivocada”.

Adriano Santos (PSB) também negou o acordo e afirmou que Rubinho “insiste numa historia que não tem aval da maior parte dos parlamentares desde novembro”. Segundo ele, seu partido e “totalmente contra” a criação da CPI. “É uma tentativa dele de se promover em cima do discurso de ódio contra o padre Júlio e manter a base política extremista dele ativa nas redes sociais”, avalia.

O vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil). Foto: Divulgação

O PSOL também deve obstruir a votação pra criar a CPI, segundo Luana Alves, vereadora pela sigla. “Não tem acordo algum sobre isso, até o meu conhecimento. O PSOL vai obstruir o que for possível. Inclusive, isso já foi debatido no colégio de líderes e já colocamos que é uma perseguição aleatória”, afirma.

A Mesa Diretora da Câmara diz que o tema será tratado no Colégio de Líderes em fevereiro, na volta do recesso parlamentar.

O padre Júlio Lancellotti atua na defesa dos mais necessitados há cerca de 40 anos e se tornou alvo da CPI após Rubinho receber supostas “denúncias” sobre a atuação de ONGs no Centro da cidade. Segundo o vereador bolsonarista, o religioso firmou parcerias com as ONGs Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e no coletivo Craco Resiste, entidades que prestam trabalho comunitário dedicado à população de rua e a dependentes químicos.

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