Contrário a prisões de golpistas, comandante discutiu e peitou Flávio Dino em 8/1

Atualizado em 7 de janeiro de 2024 às 12:46
General Júlio César de Arruda. Foto: Reprodução

Após os ataques de 8 de janeiro, o general Júlio César de Arruda enfrentou discussões acaloradas com o ministro da Justiça, Flávio Dino. Na época, o militar era comandante do Exército e se recusava a prender os golpistas que estavam acampados em Brasília. As informações são colunista Guilherme Amado, do jornal Metrópoles.

Segundo conta o jornalista, o comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, já tinha confrontado o interventor Ricardo Cappelli. A tensão aumentou quando Cappelli, liderando a tropa da Polícia Militar, anunciou a prisão dos golpistas acampados, e o general afirmou que a tropa da PM não passaria.

Horas depois, Arruda e Cappelli reuniram-se, ocorrendo a primeira discussão tensa da noite. Em seguida, os ministros Flávio Dino, José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) chegaram em Brasília, e os três reuniram-se com o general Arruda.

Foi nesse momento, a temperatura subiu entre Dino e Arruda. O general exigiu a devolução dos ônibus dos golpistas apreendidos pela Polícia Militar, ordem que Dino recusou, ao justificar que eram provas de crime. A discussão intensificou-se, com ambos alterando a voz e indícios de um conflito mais grave.

Rui Costa interveio, conduzindo a conversa para uma conciliação. Acordou-se que as prisões ocorreriam na manhã seguinte. Assim, cerca de 1200 manifestantes foram conduzidos pela polícia e o acampamento desfeito.

Policiais tentam conter bolsonaristas durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Evaristo Sá/AFP

Arruda foi desligado do Exército

Dias depois, Arruda foi afastado de vez do Exército. Isso aconteceu após Lula ter descoberto de que ele se recusaria a demitir o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.

Até hoje, Cid é alvo de uma investigação autorizada pelo STF, relacionada ao manuseio de recursos em espécie sacados de cartões corporativos, incluindo despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e familiares. Ele também fez uma delação premiada por estar envolvido com o esquema de falsificação da carteira de vacinação de Bolsonaro e ter se reunido com membros do Exército para a execução dos ataques de 8 de janeiro.

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