O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu não participar da solenidade que acontece no Congresso Nacional nesta segunda (8) para marcar o primeiro ano desde o ataque terrorista à Praça dos Três Poderes. Ele alegou “problemas de saúde na família” para não comparecer ao evento, mas sua recusa também envolve motivos políticos. A informação é da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.
O parlamentar tomou a decisão de não participar da solenidade neste domingo (7) e comunicou a aliados que não iria. Segundo um deputado próximo, Lira avalia que “o PT capturou a cerimônia de hoje e o discurso da cerimônia” e que o Palácio do Planalto atropelou a Câmara dos Deputados e o Senado Federal na organização do evento.
Ele também tentou agradar aliados, já que as bases do PP e do Centrão não concordam que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado e classificam o atentado somente como uma baderna.
A decisão de não participar do ato também envolve um cálculo político: há eleição municipal neste ano e a disputa para a presidência na Câmara no próximo. Para Lira, a solenidade é muito identificada com o governo Lula e pode prejudicar seu desempenho e o da base aliada nas disputas.
Lira faria parte de uma mesa de honra no evento e ficaria ao lado de Lula, do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Ele decidiu publicar apenas uma nota no X (ex-Twitter) sobre o 8 de janeiro.
“Há um ano as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”, escreveu o presidente da Câmara.
O evento contará com a presença de governadores, parlamentares e outras autoridades, como prefeitos, ministros e magistrados de tribunais superiores. A solenidade terá início às 15h.