Com Gabriel Attal à frente do novo governo, uma nova página foi virada no segundo mandato de cinco anos de Emmanuel Macron. O presidente da República francês optou, portanto, pela juventude e pela popularidade, já que o jovem ministro da Educação vinha obtendo bons índices de popularidade há várias semanas, com apenas o ex-primeiro-ministro Édouard Philippe à sua frente, de acordo com uma pesquisa da Ipsos-Le Point, realizada na França em meados de dezembro.
O novo premiê terá, portanto, que formar um governo, além de se afirmar dentro da maioria presidencial e enfrentar a oposição. Ele também terá que liderar a batalha para as eleições europeias contra Jordan Bardella, da extrema direita francesa, que lidera a lista de candidatos do [partido] Reunião Nacional (RN) e tem uma grande vantagem nas pesquisas. Tudo isso à sombra de Emmanuel Macron.
Gabriel Attal, o “favorito”
O nome de Gabriel Attal vinha circulando com insistência nas últimas horas. Muito próximo do presidente Emmanuel Macron, ele optou por se juntar ao partido A Republica em Marcha em 2017 e se tornou deputado na Assembleia Nacional [o Congresso francês] no mesmo ano.
Em 2018, ingressou no governo aos 29 anos de idade, tornando-se secretário de Estado do Ministro da Educação Nacional e da Juventude na segunda equipe do Primeiro-Ministro Édouard Philippe. Entre 2020 e 2022, ele assumiu o cargo de porta-voz do governo Jean Castex. Desde o verão de 2023, ele ocupava o cargo de ministro da Educação Nacional, após o curto período de Pap Ndiaye na mesma função, considerado excessivamente discreto.
No entanto, Attal começou sua carreira política no Partido Socialista (PS), apoiando a candidatura de Ségolène Royal na eleição presidencial de 2007. Próximo a Dominique Strauss-Kahn, ele acabou seguindo François Hollande e entrou para o gabinete de Marisol Touraine em 2012.
Borne renuncia e da restart no xadrez presidencial
Na segunda-feira, 8 de janeiro, Élisabeth Borne permaneceu no palácio presidencial por quase uma hora. Ela entrou pelo portão principal e saiu discretamente pela rue de l’Élysée, marcando o fim de uma sequência como chefe do governo francês de vinte meses. Depois de muita hesitação, Emmanuel Macron finalmente decidiu pedir a Borne que deixasse o cargo.
Ela fez o possível para permanecer em Matignon [sede do governo francês], apesar das dificuldades associadas à maioria relativa obtida nas eleições legislativas de 2022 na Assembleia Nacional e da adversidade às vezes enfrentada dentro do próprio governo com ministros que desafiavam sua autoridade, como Gérald Darmanin e Bruno Le Maire, e um presidente que nem sempre a apoiava.
Essa remodelação era esperada há vários dias devido às palavras proferidas pelo presidente da República durante seu discurso de Ano Novo em 31 de dezembro. Em seu tradicional discurso televisionado na véspera de Ano Novo, ele falou à nação sobre o tema, seguido pelo cancelamento da tradicional reunião do Conselho de Ministros na quarta-feira, 3 de janeiro de 2024.
Originalmente publicado em RFI
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