Após quase dois meses de tensões no cenário militar, os Estados Unidos lançaram ataques nesta sexta-feira (12) contra instalações dos rebeldes houthis no Iêmen, ampliando o conflito no Oriente Médio iniciado em 7 de outubro entre Hamas e Israel. A ação, que envolveu ataques aéreos e mísseis de cruzeiro, teve como resposta a promessa dos houthis de retaliação. Com informações da Folha de S.Paulo.
Os houthis, grupo que controla a capital iemenita em meio a um precário cessar-fogo desde 2014, são apoiados pelo Irã e aliados de organizações como o Hezbollah libanês. O ataque coordenado pelos EUA e Reino Unido atingiu 60 alvos em 16 localidades, segundo informações oficiais, resultando em pelo menos cinco mortes.
O porta-voz dos houthis, Yahya Saree, alertou que os ataques liderados pelos EUA “não passarão sem punição e retaliação”. A operação complexa envolveu caças F-18, lançamento de mísseis de cruzeiro Tomahawk e caças Eurofighter Typhoon, destacando a amplitude do conflito.
Alguns aliados ocidentais recusaram participação na ação devido ao receio de uma escalada, temendo consequências regionais e retaliações. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou a Otan de querer “transformar o mar Vermelho num mar de sangue”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, tentou minimizar o impacto dos ataques, afirmando que são uma resposta direta às ações dos houthis contra embarcações internacionais no mar Vermelho. Ele prometeu novas iniciativas se provocado. O premiê britânico, Rishi Sunak, destacou que os ataques visam “degradar as capacidades” dos houthis.
A Arábia Saudita, aliada dos EUA, observa a situação com cautela, uma vez que já enfrentou críticas por seu envolvimento brutal no conflito iemenita. A possibilidade de pressões crescerem sobre Riad para tomar partido em uma eventual escalada do conflito preocupa a região.
Os houthis, conhecidos pela assimetria em seu arsenal, já promoveram diversos ataques a navios no mar Vermelho, afetando o tráfego marítimo global. A região, responsável por 15% do comércio marítimo mundial, enfrentou desvios de rotas de aproximadamente 2.000 navios.
O “Eixo da Resistência”, movimento armado do Oriente Médio que se opõe à influência de Israel e do Ocidente na região, também prometeu uma retaliação ao ataque contra rebeldes houthis, no Iêmen.